Bebeto, enigma ou nem tanto?

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          O mais recente fato político na esfera municipal foi a festa feita pelo PMDB, dia 25/09, para recebimento das fichas de inscrição de novos filiados, dentre eles o médico Bebeto Rabelo, apontado como pré-candidato a prefeito de Paracatu em 2016. O evento não chegou a ser apoteótico, conforme esperado, por dois motivos: a nova estrela peemedebista e a agremiação foram mais discretos, em respeito à legislação eleitoral; e o cardiologista tem adotado posição dúbia, ora afirmando abertamente, ora negando a condição de  pré-candidato. 
          Se a estratégia do Dr. Bebeto era despistar, costurando sem deixar pontos à vista,  como as velhas raposas políticas mineiras, ela deu certo. Desde menino, quando perguntado o que queria ser quando crescer, ele já respondia:  “ser governo”. A primeira tentativa nesse sentido ocorreu no pleito passado, quando ele, mal acompanhado, salvo algumas exceções, postulou ser prefeito pelo PTB e apresentou bom desempenho eleitoral, apesar de ter sido derrotado. Se aceitou e foi vice-campeão de votos em circunstâncias tão adversas, sairá do páreo agora, tendo a seu favor o apoio dos governos estadual e federal, do PT, do PMDB e do vice-governador Antônio Andrade em pessoa, que vêem nele a única chance caseira de retomada do Paço Municipal?
          Por outro lado, sua família diz não querer que ele se arrisque novamente, principalmente depois que os “companheiros” do último pleito debandaram após a derrota, ainda que honrosa,  e deixaram o candidato sozinho com a conta na mão. Escafederam-se todos, como quando se “joga sal na cacunda de sapo”… Aí vem a velha história de outro bicho, o gato, aquele que, escaldado (em água quente, claro), tem medo até de água fria. Sintomaticamente, a família do Dr. Bebeto não compareceu ao evento. Um alto dirigente da legenda disse que o clã, que é imenso e influente, teve compromisso social fora, salvo engano em Unaí. A ser verdade, deve ter faltado rosca na vizinha cidade…
          O certo é que o Dr. Bebeto é um dos dirigentes da Faculdade de Medicina Atenas (perdão Roberto e Iran!), que projetou o nome de Paracatu e da instituição no Brasil inteiro. Ensaia agora um voo mais ousado ainda, qual seja o de assumir também as faculdades de medicina de Sete Lagoas e Passos. Necessitará,  lógico, de bom acesso aos governos estadual e federal. Para conquistá-lo, o caminho é político, que pode ser representado por duas letras, PT, ou por quatro, PMDB… Os dois partidos vão ajudar o Dr. Bebeto agora. Depois, apresentarão a fatura, que não é financeira, mas política.
          Historinha – Contam os observadores políticos que o ex-prefeito Vasquinho Praça estava feliz e fazendo um excelente trabalho à frente da Cooperativa Agropecuária, sua grande paixão,  enquanto Arquimedes Borges, do PTB,  governava o município. Os estrategistas do PMDB cuidaram primeiro da filiação do líder ruralista e cooperativista, sem compromisso  de qualquer das partes de  lançar a sua candidatura a qualquer cargo eletivo, claro! Chegado o momento da definição, no entanto, as hostes peemedebistas concluíram que só chegariam lá se Vasquinho, que estava feliz onde estava e refutava a idéia, fosse o candidato.
          No transcurso de um evento no Parque de Exposições de Paracatu, o então deputado Toninho Andrade e outras estrelas de primeira grandeza do PMDB, dentre elas Emiliano Botelho, “prenderam” Vasquinho numa sala, tentando convencê-lo a aceitar o desafio.  Ele relutava o tempo inteiro, ao mesmo tempo em que  o grupo espalhava pelo Parque que estava tudo certo e que Vasquinho seria candidato, sim! Depois do exaustivo e inconclusivo trabalho de convencimento, Vasquinho saiu andando pelo local, sendo abraçado e saudado a todo momento como o próximo  prefeito de Paracatu. Não teve como “pular fora”.  E foi assim que a cidade ganhou um dos melhores prefeitos de sua história. A essa técnica de convencimento e pressão, dá-se o nome de “emprenhar pelo ouvido”. E Paracatu tem diversos doutores no assunto…
          O Toco do Pecado, depois de ter ouvido o Dr. Bebeto dizer que não será candidato, interpelou o vice-governador Antônio Andrade, presidente estadual do PMDB, que passava ao lado. “Toninho, o Dr. Bebeto disse que não será candidato a prefeito de Paracatu pelo seu partido. O que dizer?”. Ao que Andrade, com um enigmático sorriso, respondeu: “Ele não será o candidato. Será o prefeito…”
 
Do Toco do Pecado – Comentários de Florival Ferreira
 
 

  

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