Firmes na Fé

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Em 1985, o Beato João Paulo II instituiu a Jornada Mundial da Juventude – JMJ, com a convicção de que a esperança de um mundo melhor está numa juventude sadia, responsável, vivendo os valores éticos e evangélicos e, acima de tudo, voltada para Deus e para o próximo. No decorrer desses 26 anos de sua história, a JMJ já foi realizada em países como Itália, Argentina, Polônia, Estados Unidos, Filipinas, França, Canadá, Alemanha, Austrália e por último, como do dia 16 até dia 21 de agosto, em Madri/Espanha. É simplesmente difícil – e não vem ao caso – apontar qual jornada foi mais numerosa, mais concorrida, mais participada etc. Uma coisa é certa: a recente Jornada Mundial da Juventude, em Madri, foi uma festa alegre, ruidosa, festa em que não faltou o colorido das roupas, o ritmo das músicas, o entusiasmo da multidão, a fé explícita, vivida e visualidade de mil modos, com a prodigiosa criatividade juvenil.

Os principais convidados da festa? Jovens provenientes de países do mundo inteiro. Quem os convidou? O Papa Bento XVI. Mas foi, antes de tudo, um “encontro com Jesus”. Só em Cristo o jovem encontra o pleno sentido de seu viver. E o encerramento da JMJ em Madri, dia 21, foi a mais vibrante e emocionada apoteose de fé e de entusiasmo juvenil. Já na véspera, sábado, mesmo com o intenso temporal e as fortes rajadas de vento, ninguém arredou o pé. A multidão ficou firme aguardando o final da chuva.

Até o grande constrangimento sofrido pelo Papa se transformou em brincadeira e descontração. Uma violenta rajada de vento levou pelos ares o solidéu do Pontífice e tomou-lhe das mãos as folhas de seu pronunciamento aos jovens. Já pela manhã de domingo, ao final da Santa Missa diante de dois milhões de fiéis, na maioria, jovens, o Papa anunciou oficialmente a data e o local da próxima Jornada Mundial da Juventude: Rio de Janeiro, 2013. Foi emocionante ver a vibração e entusiasmo dos jovens brasileiros que foram a Madri.

Com grande emoção, um grupo brasileiro já anteriormente designado recebeu das mãos de jovens espanhóis a Cruz Peregrina, uma oferta pessoal do Papa João Paulo e símbolo dessas jornadas. Essa Cruz tem o objetivo de percorrer as dioceses do país onde se realizará a próxima JMJ, nesse caso, o Brasil, durante o período que antecede sua realização. Nossa diocese está incluída nessa peregrinação. Salvo engano, em novembro ela passará por Paracatu e, provavelmente, irá percorrer pelo menos as principais cidades de nossa diocese. Aguardamos a confirmação dessa data, para elaborar uma digna programação, em vista de seu objetivo maior: a evangelização da nossa juventude.

O tema da JMJ é uma verdadeira lição de fé para os jovens. Deve ter para eles um significado muito especial e atual: “enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé” (Cl 2,7). Na Carta aos Colossenses, S. Paulo exorta os fiéis a não se deixarem abalar na fé em Cristo e a não se perturbarem com outros ensinamentos e propostas religiosas. “Firmes na fé” significa um apelo a não desanimar e a perseverar diante das dificuldades para ser um autêntico cristão no mundo de hoje.

Essa advertência de S. Paulo aponta para o centro da vida cristã: nossa referência essencial a Cristo. Ser cristão é fazer-se autêntico seguidor e discípulo missionário de Cristo. É estar ligado a Ele e com Ele comprometido por um relacionamento estreito e vital. É receber dele a vida nova, a vida da graça, dos filhos de Deus, portanto, é ser membro vivo e atuante da família de Deus e não como alguém estranho. Na Carta aos Efésios, S. Paulo é ainda mais explícito: “já não somos mais estrangeiros e estranhos a Cristo e a Deus, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus” (Ef 2, 11).

Sem essa referência a Cristo, o cristão perde o rumo e a Igreja, seu sentido. Em sua mensagem aos jovens, nessa JMJ, o Santo Padre convidou os jovens a procurarem Cristo, a se deixarem encantar por Ele, a experimentarem a alegria e a paz de estar em sua companhia, a acolherem sua Palavra e seguirem seus passos vida afora. Sim, porque Ele é o Salvador, o Pastor que ama e conduz seu rebanho, que dá a vida pelas ovelhas. Ele é a porta de entrada e leva diretamente ao encontro com Deus. Cristo é o pão que sacia toda fome e água viva que sacia toda sede de Deus. É luz que nos permite caminhar com segurança, sem tropeços e sem errar o caminho. Enfim, Jesus é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14, 6), “rosto humano de Deus, rosto divino do homem”.

Em nossos dias, os jovens são desafiados a viver sua fé em Deus e em Cristo. Uma espécie de eclipse de Deus envolve o mundo com sua sombra ameaçadora. Há uma satânica conspiração para tirar qualquer sinal religioso ou símbolo da fé dos espaços públicos, sob o pretexto de respeito a quem não crê. Mas quando Deus fica de fora, o mundo, a existência humana, também o ser humano, todos perdem seu sentido. Sem uma referência consciente e explícita ao Criador a criatura perde sua identidade. O esquecimento de Deus, o desprezo por Ele ou sua negação estão na origem de muitos problemas e da violência generalizada de nossos dias.

Os jovens tiveram em Madri uma excepcional oportunidade para se firmarem na fé e para testemunharem que a vivem alegremente e “enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé” (Cl 2,7), vencerão o poder do mal, vivendo a vitória do bem e da verdade.

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