Chico Prista, o saudoso cronista da cidade, costumava dizer que, “o que dá pra rir, dá pra chorar”. Por duas vezes, o ex-governador de São Paulo, José Serra, do PSDB, ao disputar a presidência da República, foi derrotado por uma realidade que o PT explorou com competência: a de que os governos do partido, com Lula à frente, foram muito superiores aos governos do PSDB, capitaneados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Na sexta-feira passada, o prefeito de Paracatu, Vasco Praça Filho, do PMDB, repetiu a estratégia. Desta vez, usando o veneno contra o seu inventor. Vasquinho assinou ordem de serviço para a construção da ponte que liga o centro da cidade ao bairro Cidade Nova. E, instigado por um assessor, provocou: “ali vai haver é uma ponte mesmo, e não uma pinguela, como atualmente”.
Ocorre que a passagem em questão foi construída no governo do ex-prefeito Almir Paraca, do PT. Seu irmão, Jueli Cardoso, petista histórico, hoje pré-candidato a prefeito de Paracatu, era o mais influente assessor governamental. Por ser engenheiro, era visto como responsável pelas obras, mesmo ocupando cargos diferentes. Aí, a oposição não perdeu tempo: deu à ponte, por ser pequena e estreita, o jocoso nome de “pinguela de Jueli”.
Parece que o que se pretende, agora e no ano que vem, é repetir a estratégia utilizada no embate PT versus PSDB, nos tempos de Lula e FHC, comparando duas obras de dois governos: a ponte bem feita do governo peemedebista de Vasquinho e a acanhada “pinguela de Jueli” e do PT.
O atual governo, em tese, levaria ampla vantagem se a comparação fosse feita. Mas isso poderia ser uma faca de gumes: o PT poderia ressuscitar o caso de outra ponte, a que liga os bairros Paracatuzinho e Vila Mariana: ela começou a ser construída pelo governo Vasquinho, desabou antes do seu término e exigiu gastos além do previsto para sua conclusão.
Até o segundo semestre de 2.012, um ano eleitoral, muita água vai passar debaixo da ponte. Ou seria debaixo da pinguela?…
