O assunto é sério, grave, melindroso. A Administração Municipal de Paracatu tem o dever de vir a público, imediatamente, esclarecer as denúncias e suspeitas apresentadas à Câmara pelo vereador Vânio Ferreira, do PT. Isso porque, além da gravidade do problema em si, o total silêncio do seu colega Romualdo Ulhoa, do PDT, pode ser interpretado pela população como consentimento implícito com o que foi dito. Ulhoa é médico e tem conhecimento técnico-profissional do tema; é líder do Governo e tem a missão parlamentar de defendê-lo. A pergunta que não quer calar: por que não o fez ?
Segundo Vânio, o equipamento do Hospital Municipal sofreu dano. Por causa disso, pacientes estão, estiveram ou estariam recebendo apenas 25% do oxigênio ministrado e necessário, sendo o restante complementado por ar comprimido. Pessoas morreram no Hospital. Dúvida/denúncia número um: não teria sido essa a causa? Dúvida/denúncia número dois: um rapaz de 28 anos, padecendo de apendicite, compareceu ao Hospital por duas vezes se contorcendo de dor. Foi mandado de volta para casa sem atendimento. Morreu com apêndice supurado. Dúvida/denúncia número três: médicos que recebem do Município pelo atendimento de plantão às vezes deixam de prestá-lo porque, nos mesmos horário e local, estão dando aulas para estagiários da Faculdade de Medicina. Não se situaria nesse ponto a causa de tantas reclamações de mau atendimento e da morte, apesar de a Prefeitura e o cidadão pagarem, e caro, pelo serviço?
Depois de listar outros casos, como o de gestantes terem que fugir às pressas do Hospital Municipal, até mesmo para cidade vizinha, porque há médico ou médicos que se recusa ou recusam a fazer cesarianas, Vânio Ferreira anunciou que, ainda na terça-feira, 29/03, levaria o problema ao Ministério Público. Justiça seja feita: o prefeito Vasco Praça Filho tem-se esforçado e investido na saúde. Mas parece que, para cada coisa boa que ele faz, aparece alguém, de dentro de casa, para fazer algo ruim e queimar a sua imagem. Ele chega a pagar a alguns médicos vencimentos muito superiores ao que ganha a presidente Dilma Russef. Mas as falhas e reclamações quanto ao atendimento, inclusive aquele prestado por alguns funcionários administrativos, não cessam. É o tal de fogo amigo. Ou seria fogo inimigo? Gastou, por exemplo, mesmo com parcerias, grana grossa na reforma e ampliação do Hospital Municipal, que ficou “um brinco”. Talvez por isso, e não por ser oposição, o vereador Vânio tenha advertido: “prédio novinho só não vai curar ninguém”.
