A Fraternidade e a Vida no Planeta

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Não vai ser fácil esquecer os estragos das chuvas torrenciais de janeiro passado. As imagens de destruição e morte serão lembradas por muito tempo. O prolongado e forte temporal está classificado como a maior tragédia ecológica do Brasil. Estarrecida diante de indizível sofrimento humano e apanhada de surpresa, a sociedade questiona: como ou por que acontece tudo isso? Quais são as causas? Teremos de contar sempre com outras catástrofes de mesmas proporções? Algo poderia ter sido feito para evitar pelo menos tantas mortes?

Na verdade, não faltam explicações, cada uma com sua parte de verdade e responsabilidade. Por exemplo, grande desmatamento, construções irregulares e em local de risco etc. Gente mais entendida e técnica sinaliza para a complexa questão das “mudanças climáticas”, conseqüência do “aquecimento global”. Duvide disso ou não entenda bem a questão, o leitor há de convir: existe um consenso mundial sobre as mudanças que mexem com o clima na terra. Alterações climáticas não decorrem pura e simplesmente do capricho da natureza, como se fossem algo totalmente natural e ocasional, inexoravelmente inevitável. Ao contrário, são mudanças provocadas – também e quase sempre – por ações humanas, de modo especial as ações que têm a ver com o progresso e o enriquecimento ligados diretamente à exploração dos bens que provêm do “ventre da terra”: o óleo, o gás, o carvão, as florestas etc. destinados a produzir todo tipo de energia. De qualquer forma, não podemos apenas ficar estarrecidos com o que vimos e mesmo solidários com os que ainda sofrem as conseqüências da tragédia. Algo mais é necessário. É preciso ir a fundo. Chegar à raiz de tamanho desastre, entendendo melhor essa questão de “mudanças climáticas”. A isso nos convida – e em momento tão oportuno – a próxima Campanha da Fraternidade.

Anualmente promovida pela CNBB no decorrer da Quaresma, a Campanha da Fraternidade de 2011 propõe à sociedade brasileira maior conscientização acerca do aquecimento global. A partir de uma leitura bíblica sobre a obra criada por Deus, a CF provoca a discussão sobre o papel que cada um desempenha no planeta terra. Procura motivar as pessoas a participarem de debates e ações que possam enfrentar os problema da poluição que nos ameaça e a preservação das condições favoráveis à sobrevivência e permanência das futuras gerações. Aborda o tema do aquecimento global e das mudanças climáticas a partir da ação criadora e harmoniosa de Deus e de sua Palavra, que cria e recria para deixar ao ser humano um tesouro do qual se deve cuidar e zelar, sem nunca destruir nem explorar de forma predatória. A reflexão visa a uma mudança de mentalidade e de educação ambiental. Acima do debate está o comportamento de cada cidadão que pode transformar o problema em solução. A CF não dará fruto se não provocar uma consciência de que cada um de nós é parte do problema. Cada um pode pessoalmente dar o seu contributo para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa e trabalhar para que haja mais energia limpa.

Sem fugir ao motivo maior e inspirador do tempo quaresmal, essa consistente ação renovadora, este ano em sua 48ª edição, tem como tema: Fraternidade e a Vida no Planeta. O lema é: “A criação geme em dores de parto”. Não deixa de ser um excelente auxílio para bem vivermos a Quaresma e uma ótima oportunidade para a superação de qualquer dicotomia entre fé e vida. Em tempo de oração, de mortificação, de escuta da Palavra de Deus e, sobretudo, de conversão e preparação para a Páscoa, a Campanha da Fraternidade, com seus recursos próprios, seus objetivos e sua consagrada metodologia do VER, JULGAR e AGIR, preserva a “identidade samaritana” da Igreja que se põe a serviço de quantos esperam encontrar nela um ombro amigo, uma acolhida fraterna, mãos generosas e um amparo valioso na caminhada para Deus. Assim lemos na explicação do cartaz da CF: “Apesar de todo o sofrimento que a criação enfrenta ao longo dos tempos, de todos os seus “gritos de dor”, a vida rompe barreiras e nos mostra que ainda existe esperança, representada pela borboleta que, mesmo com uma vida curta, cumpre o seu importante papel no ciclo natural do planeta”.

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