"Senhor, tu me sondas, e me conheces. Tu conheces o meu sentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Esquadrinhas o meu andar, e o meu deitar, e conheces todos os meus caminhos" (Salmo 139,1-3).
O amor cura. Tanto o amor de Deus para conosco como o nosso amor para com o semelhante. Mas existe outro amor, muito importante, que às vezes é esquecido: o amor próprio. É difícil nos amar quando nos olhamos e nos vemos deformados e incompletos. Esse processo tem que vir do autoconhecimento. É preciso reconstruir o olhar sobre si mesmo, superar o que nos fizeram de mal, e separar as coisas: uma é o que você me impõe, a outra é o que eu assumo para mim.
O que lhe fizeram é algo que veio de fora, não é preciso interiorizar isto. Mas esta autoconfiança vem do autoconhecimento, sendo também o primeiro passo para o processo de cura interior. O amor próprio é reconhecer a presença de Deus em si mesmo e saber que é amado incondicionalmente por Ele, buscando sempre a força pela fé.
Quando a pessoa sofre algum tipo de agressão, seja física ou psicológica, acaba tendo que lidar com esse sofrimento e, às vezes, isso a leva a um sentimento de rejeição e falta de respeito próprio. É quando deixa de acreditar no seu potencial e passa a se esconder da vida.
O sentimento de baixa autoestima é uma ferida afetiva que prejudica severamente o ser humano, porque gera uma situação de auto compensação. A pessoa passa a buscar a felicidade em coisas vãs, se preenchendo com coisas alheias, enquanto que o caminho é se debruçar sobre a ferida, tendo coragem de enfrentar o problema, colocando-o em oração para se superar em Deus.
Ter a família e amigos por perto é de suma importância. Precisamos de pessoas que nos apoiem e nos deem suporte, já que partilhar a dor também é uma forma de aliviar o peso. Mas tem que haver um cuidado com a escolha das pessoas da nossa convivência, porque poucos têm realmente um compromisso com o nosso afeto. A ajuda especializada não pode ser dispensada, através de uma pastoral, psicoterapeutas, ou em algum movimento de cura psicoafetiva, onde existem pessoas bem preparadas para lhe ouvir e instruir.
Comece fazendo uma análise e um reposicionamento de suas ações. Se pergunte: Quais são suas qualidades? E quais são seus defeitos? Essa meditação lhe dá consciência do que lhe amedronta e do que lhe faz sofrer. O primeiro passo é conhecer o seu problema, e não fugir dele.
Recupere o que a vida lhe tirou. Não aceite menos. Existem pedras nos caminhos de todos. Mas há uma escolha. Se você juntar todas as pedras e as colocar juntas, elas se transformam num muro intransponível. Mas, se você tratar cada pedra isoladamente, resolvendo um problema de cada vez, elas serão apenas pedras.
