Por que José Serra vai perder? Artigo de Ricardo Leal.

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Por que José Serra vai perder?

A prepotência da tucanada paulista deu de bandeja a eleição para um factóide criado às pressas pelo presidente Lula

Estava lendo um editorial de Hélio Fernandes, veterano jornalista ,professor e “mago”das letras e linhas dos bastidores políticos. Profetizou muitos acontecimentos importantes da vida política ,desde os tempos da ditadura.Profetizou, por exemplo, que Tancredo Neves seria o nome civil aceitável para suceder o último presidente general, sem causar maiores turbulências nos comandos militares.Previu também que Paulo Maluf racharia a ARENA,ao lançar seu nome, a revelia do comando partidário, para disputar com Mário Andreazza a indicação do partido, para a eleição indireta à Presidência da República em 1985.

Pois bem, a profecia atual de Hélio Fernandes não chega a surpreender, pois ele afirma que Serra vai perder de novo a eleição para presidente da República.O que mais surpreende no texto do “profeta”, é a afirmação de que Serra tem tudo para disputar(e perder de novo) a eleição de 2014 .

O que me chamou a atenção, além das previsões do professor Hélio, foi o posicionamento do PSDB nas últimas disputas .Em 2002 Lula, já desgastado por três tentativas anteriores de chegar à presidência,tinha tudo para perder para Serra.

O tucano, naquela época, era o nome natural do partido. Vinha de uma gestão considerada vitoriosa no Ministério da Saúde e tinha total apoio da “máquina partidária” de FHC.Com todos esse “trunfos” à disposição ,Serra saiu na frente, mas sua campanha não decolou, ao contrário da de Lula ,que aboliu o estilo “Lulinha Paz e Amor” de outras eleições, e “vendeu” ao eleitorado um candidato mais maduro e preparado para assumir o cargo.

Em 2006 Serra só não saiu candidato porque Geraldo Alckmin foi mais rápido e amarrou apoios fortes dentro do partido.Quando Serra tentou articular já era tarde, não havia espaço para tal dentro do próprio PSDB, pois os apoios a Alckmin já estavam consolidados. Lula, candidato à reeleição, com altíssimos índices de popularidade, só não venceu no primeiro turno ,em virtude da surpreendente votação da candidata do estreante PSOL, senadora Heloísa Helena.

Em 2010, o candidato da hora seria Aécio Neves.Com altíssimos índices de aprovação como governador de Minas Gerais, o neto de Tancredo , tinha tudo para ser o candidato tucano à presidência;competência e experiência administrativa, carisma, discurso, apoios políticos importantes( dentro e fora do PSBD)em outros Estados e “aparência”, coisa que Serra hoje já não tem.(Se duvidam desse último “predicado” observem o que foi feito nesse sentido pela candidata do PT).Com tudo isso a seu favor, Aécio foi “bloqueado” pelo PSDB paulista ,comandado justamente por José Serra, que, ingenuamente, sonhava ter Aécio como seu vice.Quando viu as “cascas de banana” que seriam colocadas em seu caminho por setores do PSDB, Aécio resolveu anunciar que não disputaria a indicação do partido e,posteriormente, de maneira “sóbria e educada”, recusou a oferta de ser candidato a vice de Serra.Aliás, a escolha do vice foi o primeiro grande problema enfrentado pela candidatura Serra.O indicado, deputado federal Índio da Costa, não parece ter perfil aglutinador, condição fundamental numa composição de chapa majoritária.

Ao sentir que está perto de perder a eleição, Serra ataca Dilma em seu programa de TV(e já menciona uma “hora da virada”), e insinua ter sido traído por Aécio, alegando falta de apoio do tucano mineiro. Para piorar o ânimo de Serra, pesquisas internas do PSDB, mostram que em Minas Gerais as intenções de voto para o candidato tucano estão bem abaixo do esperado.

A prepotência da tucanada paulista deu de bandeja a eleição para um factóide criado às pressas pelo presidente Lula, devido a impossibilidade de lançar as candidaturas “naturais” de José Dirceu ou Antonio Palocci, defenestrados do governo petista por corrupção e abuso de poder. Nem o nosso presidente, por mais otimista que fosse, sonhou estar a sua criação, a essa altura da disputa, numa posição tão confortável.

Hélio Fernandes conclui seu texto com uma hilária e inevitável conclusão que reproduzo a seguir, concordando plenamente: “Serra é inelegível ( e não pelos tribunais), mas convenhamos, perder para Dona Dilma, não é orgulho ou satisfação. Alegria por mais uma derrota dele, mas o que dizer ou esperar de uma presidência Dilma?”

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