De olho nas eleições

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Tenho pensado muito nos últimos dias sobre a nossa responsabilidade perante a tantos males que afetam a humanidade e principalmente na nossa participação nisso, uma vez que somos nós que escolhemos que é que vai estar à frente de um povo, de uma cidade, de um estado, de uma nação; tomando as decisões que nem sempre são as mais humanas ou as mais corretas ao olhar cristão.

Nesta semana, tomei a liberdade de postar um artigo para nos ajudar a refletir neste sentido.

De olho nas eleições

Dom Frei Caetano Ferrari, OFM.
Bispo Coadjutor.

As eleições de outubro estão chegando e o voto tem conseqüências. Votar bem é preciso, um voto consciente na pessoa certa do partido certo, que são éticos e apresentam propostas certas para o bem do povo. Bem se vê que não é fácil fazer essa escolha. Esteja de olho atento, caro(a) leitor(a)/eleitor(a), na propaganda eleitoral chamativa habilmente montada por marqueteiros acostumados a maquiar pessoas e produtos, nas promessas que até os santos desconfiam, nos discursos empolados, cheios de empáfia e presunção. Não se deixe levar pelas aparências, pois, hoje, corremos o risco, tanto você quanto eu, de votar na imagem e não na pessoa do candidato. A tecnologia do marketing moderno nos vende o virtual não o real, a imagem não a pessoa, o aparente não o legítimo, o falso não o verdadeiro. A coisa é tão bem feita que a gente acaba nem se dando conta de estar sendo enganado.

Então para se prevenir é bom prestar atenção e ficar de olho na campanha eleitoral e nos candidatos. Nem pense em não votar ou votar nulo, como sinal de protesto pelo desencanto diante da crise de moral que assola a política.

A omissão é a pior forma de fazer política, pois é permitir que as coisas permaneçam como estão.

Ao contrário, dê o seu voto bem direcionado a favor da cidadania, do bem comum, do Estado justo e solidário, da verdadeira política, votando em candidatos éticos, honestos e competentes, pertencentes a partidos sérios com programas pautados “na promoção integral da pessoa e do bem comum” (nº 571, Compêndio da Doutrina Social da Igreja) e que têm a coragem de negar filiação a pessoas suspeitas e de cortar na própria carne para expulsar de seus quadros candidatos envolvidos em corrupção. É claro que há gente boa, honesta e competente, nem todos os políticos são corruptos, mensaleiros, sanguessugas ou “caixa dois”.

Então saiba descobri-los e vote neles, acreditando que é possível mudar a política e mudar o Brasil. Por isso escolha candidatos que, desde já, se declaram comprometidos em lutar para que 2007 seja o ano da Reforma Política e Partidária, refundando com isso o Legislativo para que nossas instituições políticas funcionem melhor, evitando-se todos esses escândalos de corrupção e imoralidade que a atual legislação enseja.

Impossível moralizar a política sem começar pela moralização dos partidos. Como bom cristão e católico, você precisa também escolher o candidato que defende a dignidade da pessoa e o direito de todos à vida desde a concepção até a morte, que tem uma história pessoal de comprometimento com a luta pela justiça social, o trabalho para todos, a justa distribuição de renda, e o espírito público de bem servir ao povo sem que o acompanhe a fama de orientar a vida pelo levar vantagem em tudo e pelo defender interesses particulares ou de grupos.

No marco de nossa fé, o candidato que a gente escolher deve necessariamente defender e promover os valores e convicções que compartilhamos. O Papa Bento XVI, na Encíclica “Deus caritas est”, recorda que é dever da Igreja e de cada batizado dar testemunho do amor de Deus no mundo, construindo a comunhão, participando na luta pela justiça e o direito e a promoção do bem comum.

A Igreja, diz ele, não busca o poder sobre o Estado, mas à luz da fé forma a consciência para o verdadeiro sentido da justiça, da política, dos direitos fundamentais da pessoa humana e do progresso que significa o desenvolvimento integral do homem todo e de todos os homens. A fé, sendo purificadora da razão, é que pode ajudar a encontrar a melhor adequação entre fé e política, e orientar a participação dos cristãos na política. A doutrina social da Igreja pede aos cristãos que não fiquem à margem dessa luta, lembra o Papa.

É claro que, em relação à escolha dos Deputados estaduais e federais, precisamos priorizar o voto útil em favor dos candidatos que representam a nossa região, digamos a região de nossa Diocese de Franca. Naturalmente, desde que passem, primeiramente, por aqueles critérios acima descritos: biografia de vida, honestidade, ética, convicções pessoais, compromisso social e com a reforma política etc. Votar em candidatos locais para a Assembléia estadual e a Câmara federal é seguir um princípio correto e justo. Basta pensar que eles são mais conhecidos entre nós, o que facilitaria a nossa escolha, se eleitos, serão nossos porta-vozes mais qualificados porque conhecem melhor nossos problemas e, inclusive, poderão ser cobrados, acompanhados e avaliados na sua atuação mais de perto por nós.

Lembrando as palavras do saudoso Papa Paulo VI sobre a política, dizendo ser ela uma das mais altas expressões da caridade cristã, faço votos para que você, prezado/a eleitor/a, exerça sua cidadania, com responsabilidade cristã, comparecendo às urnas para dar o seu voto consciente, como um gesto concreto do amor de Deus que está em seu coração, única força capaz de construir a comunhão do povo brasileiro e da Nação que desejamos.

"Nem pense em não votar ou votar nulo, como sinal de protesto pelo desencanto diante da crise de moral que assola a política. A omissão é a pior forma de fazer política, pois é permitir que as coisas permaneçam como estão".

Em louvor de Cristo e de Maria. Amém!

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