Dois grandes veículos de comunicação do país, Revista VEJA e Agência Brasil publicaram matérias nesta terça-feira (22/08), destacando o Festival Literário Internacional de Paracatu, Fliparacatu.
Na Revista Veja:
O novo movimento de festivais literários que cria leitores e autores
O novo festival literário do país – a Fliparacatu – começa nesta semana com uma impressionante programação nacional e internacional. Nela, Mia Couto, o consagrado escritor moçambicano, será um dos homenageados. Mas há outros nomes importantíssimos.
Conceição Evaristo, linguista e escritora negra ícone da literatura brasileira, será homenageada ao lado de Mia Couto, assim como o romancista Afonso Arinos (1868-1916), patrono do festival, que foi membro da Academia Brasileira de Letras e nasceu em Paracatu.
A cidade, aliás, não é muito reconhecida como cidade histórica, o que é uma injustiça. São 600 prédios tombados, muitos recantos e uma tradição que vai até os anos de 1800, quando ela virou comarca, e capital de um território que incluía outras cidades como Uberlândia, no Triangulo Mineiro.
Paracatu tem cinco quilombos que ainda preservam sua cultura – dois deles autossustentáveis. Aliás, a população da cidade é 80% negra, bem acima da média nacional que é de 56% de pretos e pardos. Um dos destaques do evento é a exposição inédita “Portinari Negro”, com curadoria de João Candido Portinari.
A Fliparacatu é mais um exemplo de festival literário no interior do Brasil, extremamente saudável para a cultura local. Esses encontros têm efeito comprovado na formação de novos leitores, que se espalha até as capitais – impulsionando o mercado editorial. Fliaraxá está na 11º edição regida pelo mestre Afonso Borges, do tradicional “Sempre um papo”. A Flitabira na 2ª edição, com a marcante presença de Pedro Drummond, neto de Carlos Drummond de Andrade.
Tem ainda Flipelô, na Bahia, e a Fenagreste, em Pernambuco.
Para além da programação oficial dos eventos, as edições realizadas por Afonso Borges sempre reconhecem talentos locais, adicionando como tempero especial o concurso literário nas escolas. As crianças são estimuladas não só a ler, como também a escrever, e vão convivendo com autores e a literatura, normalizando essa relação. Esses eventos dão capilaridade à cultura literária somando aos grandes eventos bianuais, trazendo o espalhamento dos livros pelo Brasil.
Em meio a essa explosão de cultura, outro nome que fará parte do esperado festival em Paracatu é o poeta moçambicano Amosse Mucavele, vencedor da primeira edição da Residência Literária em Lisboa. A ministra Cármem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, também está na lista de palestrantes da Fliparacatu, assim como as autoras indígenas Márcia Kambeba e Trudruá Dorrico.
Confira abaixo os autores que estarão na Fliparacatu, ou a programação completa que pode ser lida aqui: Adriana Abujamra, Albery Albuquerque, Amosse Mucavele, Bianca Santana, Caliladas Mercês, Cármem Lúcia, Conceição Evaristo, Danilo Miranda, Eduardo Góis Neves, Eliana Alves Cruz, Itamar Vieira Junior, Jeferson Tenório, Joana Silva, João Candido Portinari, José-Manuel Diogo, Jamil Chade, Juliana Monteiro, Kakay, Lívia Sant’Anna Vaz, Luana Tolentino, Luíza Romão, Márcia Kambeba, Marco Hauélio, Matheus Leitão, Mia Couto, Miriam Leitão, Nádia Gotlob, Paloma Jorge Amado, Paulliny Tort, Paulo Scott, Pedro Pacífico, Rafael Nolli, Renato Noguera, Ricardo Prado, Ricardo Ramos Filho, Rogério Robalinho, Sérgio Abranches, Silvana Gontijo, Simone Paulino, Socorro Acioli, Taiasmin Ohnmacht, Tino Freitas, Thiago Albuquerque, Tom Farias e Trudruá Dorrico e Zeca Camargo.
A curadoria é partilhada entre o próprio Afonso, além de Sérgio Abranches e Tom Farias.
PS- O titular da coluna – que vos escreve querido leitor – também estará presente, Na sexta, 25, ao lado de Adriana Abujamra, falando sobre “O jornalismo como ferramenta de memória”, na Igreja Nossa Senhora do Rosário. No domingo, 27, com o mestre Afonso Borges, debatendo sobre o “Jornalismo na primeira pessoa como forma literária”, no Centro Pastoral São Benedito. Nos vemos lá (emoji de coração).
Já na Agência Brasil
Fliparacatu estreia com nomes célebres e eventos gratuitos
Autores consagrados da literatura confirmaram presença na primeira edição do Festival Literário de Paracatu (MG), que começa na quarta-feira (23) e vai até domingo (27). Os brasileiros Conceição Evaristo, autora homenageada, Itamar Vieira Junior e Jeferson Tenório, além do moçambicano Mia Couto, por exemplo, estarão no festival. O tema desse festival que estreia no circuito artístico nacional é Arte, literatura e ancestralidade, com a intenção de tratar sobre a ótica antirracista.
Todas as mesas, palestras e outras atrações são abertas e gratuitas, programadas para receber o público em diferentes pontos do centro histórico da cidade mineira. Paracatu fica a 500 km de Belo Horizonte, mas apenas a 250 km de Brasília. A estimativa de público, segundo os organizadores, é de 30 mil pessoas.
“Paracatu é uma cidade que tem 73% da sua população negra. É uma cidade histórica que remonta à exploração do ouro e também de escravidão e resistência, que ainda necessita de de ser visibilizada pelo país inteiro”, afirma o curador e idealizador do festival, Afonso Borges, em entrevista à Agência Brasil. Ele contextualiza que os moradores e visitantes respiram arte no local com mais de 600 espaços tombados pelo Iphan. A obra do escritor Afonso Arinos (1868 – 1916), que nasceu na cidade, vai ser homenageada no festival.
“A gente vai discutir a questão do racismo estrutural e a ancestralidade, que modulam a nossa pauta dos nossos dias com pelo menos 60 autores presentes”.
Telas
Além de literatura, outras artes estão contempladas no festival. Um exemplo é a exposição de 42 reproduções de telas em espaço aberto de Cândido Portinari (1903 – 1962). A mostra inédito Portinari Negro destaca o inconformismo e olhares do artista diante das representações culturais, da exploração, da opressão e do racismo. As obras ficam expostas na Praça Matriz de Santo Antônio.
De acordo com o curador da exposição, o professor João Candido Portinari, filho do artista, a seleção de trabalhos está ligada à principal inspiração do gênio brasileiro. “É a temática do povo preto em todas as suas representações, festejando e trabalhando, por exemplo”, disse, em entrevista à Agência Brasil. Ele entende que a temática da ancestralidade do festival está em estreita consonância com a obra do pai. Ele testemunha que o olhar de Portinari denunciava a situação de opressão e miséria de pessoas que atravessavam o Brasil em busca de melhores condições. Isso ocorre, por exemplo, na clássica obra Retirantes.
“Ele viu famílias inteiras se arrastando pela estrada com filhos morrendo pelo caminho”, recorda. O curador entende que Portinari tomou posições firmes diante de episódios de racismo que testemunhou. Sobre esse tema e a proximidade entre Portinari e escritores, ele fará uma palestra em Paracatu, no dia 23.
Além dos clássicos como Retirantes e O Mestiço, as obras do pai que João Candido Portinari mais aprecia, e cujas reproduções podem ser conferidas em Paracatu, são Casamento e Casamento na Roça. No ano em que se celebra 120 anos do nascimento do artista, conhecer mais sobre a obra dele levará o visitante a entender por que a arte faz a diferença e é atemporal.
Fonte: Revista Veja, Agência Brasil
*Permitido compartilhamento e ou cópia desde preservada a fonte (LEI Nº 9.610/98)
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