Baratas, moscas e larvas não estão no cardápio das unidades dos sistemas prisional e socioeducativo do Estado, mas nem por isso tem sido incomum encontrá-las nas refeições fornecidas aos servidores e às pessoas privadas de liberdade. Ao menos é o que denunciaram policiais penais que compareceram em peso a audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta terça-feira (25/4/23).
As queixas não são novas, mas denúncias continuam sendo recebidas pela comissão, que já tratou do assunto em outras oportunidades. No presídio de Paracatu, segundo relatos até mesmo um gambá foi encontrado junto à comida.
Luzana Moreira, presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Socioeducativo do Estado, afirmou já ter presenciado larvas no feijão e no peixe, sucos e café em péssimas condições e refeições que de tão azedas foram recusadas pelos internos.
Uma fonte ouvida por nossa reportagem informou que em julho do ano passado (2022) já havia denunciado à Secretaria de Segurança Pública do Estado de Minas e também à ouvidoria do Governo sobre a falta de higiene na preparação das marmitas e alimentos contaminados servidos aos privados de liberdade, em particular pela empresa Kadeas Restaurante que detém o contrato de fornecimento na cidade de Paracatu, mas, sua denúncia não foi sequer respondida.
Segundo Jean Carlos Rocha, presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Estado, cerca de R$ 50 milhões são gastos por mês na compra de alimentos para servidores e detentos, dinheiro que estaria indo para o ralo devido à contaminação das marmitas.
Ele também reclamou da oferta de alimentos com baixo valor nutricional e da suposta perseguição a agentes de segurança que denunciam os problemas encontrados, mais especificamente na unidade de Paracatu onde o gambá foi encontrado.
José Lino Esteves, presidente do Sindicato dos Auxiliares, Assistentes e Analistas do Sistema Prisional e Socioeducativo, que também atua como fiscal do contrato de alimentação na unidade em que trabalha, confirmou ter encontrado diversas irregularidades no local onde os alimentos destinados à instituição são processados, como ferrugem, sujeira e a presença de insetos.
Durante a reunião realizada na Assembléia Legislativa de Minas, também foram apresentados requerimentos, para que sejam agendadas visitas ao secretário e para que o diretor do presídio de Paracatu e o diretor da regional a que ele está vinculado sejam convocados a prestar esclarecimentos sobre a suposta intimidação de um servidor que denunciou a presença de um gambá na comida.
Nossa reportagem tentou contato com a empresa KADEAS RESTAURANTE, com sede no Estado do Mato Grosso e diversas unidades espalhadas pelo Brasil – inclusive em Paracatu, na Rua Pio Fernandes, no Bairro Paracatuzinho – através de e-mail, mas até o momento, não tivemos retorno.
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Por: Daniela Pereira
com informações: ALMG.gov.br
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*Permitido compartilhamento e ou cópia desde preservada a fonte (LEI Nº 9.610/98)
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