Gilsão é ouvido na Câmara e garante que vai provar sua inocência

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O Vereador Gilsão do Paracatuzinho (MDB), que atualmente está cumprindo prisão preventiva por suposta participação em um roubo ocorrido na empresa Valorem Agronegócios em Paracatu, também enfrenta um processo de cassação na Câmara Municipal de Paracatu, por quebra de decoro.

Nesta terça-feira (28/03) o parlamentar participou da reunião da Comissão Processante que analisa o primeiro pedido de cassação. Baseado nos depoimentos, testemunhas e material colhido durante a investigação, o relator se manifestará a favor ou contra à cassação do mandato de Gilsão e posteriormente esse relatório será votado pelos parlamentares membros.

Na sessão desta terça, o vereador acusado teve a oportunidade de responder às perguntas dos Vereadores e do advogado de defesa e logo no começo da sua fala, Gilsão disse que "não deseja a ninguém passar pelo que ele passou no cárcere,” e expôs a grave situação do sistema penal.

“-Se existe um inferno na terra eu conheci na prisão. No dia 22 de dezembro eu fui colocado em um pavilhão que tinha esquadrão da morte, estupradores, grupo de extermínio e por três vezes eu pensei em tirar a minha vida, mas Deus foi mais forte e estou aqui. Eu passei 17 dias acordado, trocando minha comida por remédio e trocando meu pão por água para dar descarga no banheiro,” relatou.

Durante a reunião, Gilsão disse mais de uma vez que “irá provar sua inocência.”
“- Eu não devo absolutamente nada, e meu único erro foi amar meu irmão. Tenho minha consciência tranquila e hoje durmo no presídio preocupado porque sou um morto vivo, apenas não fui enterrado, pois se meus filhos precisarem de mim não posso fazer nada,” lamentou Gilsão, que também agradeceu a todos que tem se comovido e procurado seus familiares para dar força.

“-Agradeço a todos que procuraram a minha mãe para dar ela força e quero pedir perdão às mães de pessoas que eu magoei sem saber o que a família passa quando se entra para a vida pública.”

Respondendo ao Vereador Dênis Dantas (PDT), relator da Comissão se são verdadeiros os fatos descritos na denúncia, Gilsão do Paracatuzinho foi categórico ao negar e apresentar com detalhes vários pontos da sua defesa, incluindo os motivos que o levaram a passar pela estrada onde aconteceu o roubo e ter buscado o seu irmão.
“-Eu estava em um carro alugado, monitorado com GPS e eu não seria burro de planejar uma coisa errada usando um carro monitorado. Quanto a acusação eu não devo e Deus sabe disso, acredito em Deus e acredito na justiça, provarei minha inocência, pois já fiz muita coisa errada nessa vida, mas esse processo aqui não, eu não devo nada, posso dever pelo amor que eu tenho ao meu irmão,” disse.

Segundo o Vereador, na madrugada que ocorreu o roubo na empresa, ele estava em casa e recebeu uma ligação do irmão, desesperado, pedindo para o busca-lo na região da ponte queimada, pois estava machucado.
“-Na noite do acontecido eu recebi uma ligação do meu irmão pedindo para que o buscasse na ponte queimada, ele falou que estava machucado e eu do jeito que estava, de bermuda, peguei a estrada e fui buscar o meu irmão e mais duas pessoas. Depois disso, ele me deixou em casa e saiu no carro. ”

No final do seu depoimento, Gilsão ainda respondeu a perguntas relativas ao processo de cassação e a ação na qual é investigado, relatando que está pagando hoje por um erro que não cometeu. Gilsão citou provas e testemunhas relatando que não tinha envolvimento nem conhecimento da ação.
“-Eu comprei muita briga na vida pública com muitas pessoas e até sem necessidade. O motivo de eu hoje estar aqui nessa situação é por causa de uma briga dessas. Eu sei o quanto aqui o jogo é pesado e tudo que eu estou passando, que está acontecendo é por causa dessa cadeira. Se eu não fosse Vereador, se eu fosse servente de pedreiro, bóia fria, garimpeiro isso não estaria acontecendo,” justificou Gilsão que ainda complementou: “-Esse não foi o primeiro obstáculo na minha vida e sei que não será o último. Um dia eu voltarei, seja como Vereador ou seja como cidadão, nessa tribuna, para contar toda a verdade.”  Finalizou.
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Por Daniela Pereira
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*Permitido compartilhamento e ou cópia desde preservada a fonte (LEI Nº 9.610/98)
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