Ana Cunha da Kinross, entre as mais influentes do mundo na área da Mineração

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Em um cenário predominantemente masculino, as mulheres ainda ocupam pouco espaço no setor da mineração. Galgar cargos de gerência ainda é um desafio, mas aos poucos, empresas de mineração têm direcionado esforços para abrir espaços e dar mais diversidade nos conselhos dirigentes e em todos os níveis da empresa. Não é para menos. Pesquisas apontam que uma maior inclusão feminina proporciona maior retenção de talentos, melhor performance, melhores indicadores de segurança e de governança e benefícios para a comunidade em geral.

Além disso, a diversidade e a inclusão fazem parte da agenda dos investidores e não pode mais ser ignorada. No relatório “Top 10 business risks and opportunities for mining and metals in 2022”, o tema Diversidade aparece em 4° lugar na lista de principais questões ambientais e sociais que enfrentarão escrutínio de investidores.

O avanço é progressivo, mas ainda lento. Apesar de representarem mais da metade da população brasileira (52%), as mulheres ainda não são o foco das práticas e das políticas empresariais. Estudos mostram que as mulheres estão sub-representadas na maioria das indústrias extrativistas (petróleo, gás e mineração) em todos os níveis, mas especialmente na alta liderança.

No Brasil, as mulheres correspondem a 17% da força de trabalho no setor extrativista. Isto representa um aumento de 2% se comparado aos dados de 2022. Os dados são do 2º Relatório de Indicadores WIM Brasil 2022.

A meta do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), no entanto, está alinhada com a WIM e com as expectativas do mercado. O Grupo de Trabalho para tratar a inclusão e a diversidade pretende aumentar consideravelmente a presença feminina na mineração até 2030, com 34% de mulheres nas organizações e 35% delas ocupando posições de liderança.

Para incentivar o fomento da inclusão no setor, a Women In Mining UK, organização sem fins lucrativos com sede em Londres, voltada à promoção do desenvolvimento de mulheres no setor extrativista, realiza, a cada dois anos, o reconhecimento das 100 mulheres mais inspiradoras na mineração.

Para a colíder do Comitê de Divulgação Global do WIM100, “o Prêmio fornece uma plataforma para que mulheres que estão transformando o setor possam ampliar suas vozes. Nos últimos anos, a pressão de diversos stakeholders para ampliar a diversidade está aumentando, o que gera discussões positivas dentro das corporações para que elas ocupem posições de conselhos de administração, liderança e gestão”, descreve.

Entre essas mulheres está a diretora de Relações Governamentais e Responsabilidade Social da Kinross do Brasil, Ana Cunha, que não só venceu as barreiras de gênero, mas se tornou referência no setor de mineração. Em Londres, ela recebeu na última sexta-feira (25), o reconhecimento de integrar o ranking das mulheres mais influentes da mineração no mundo. A diretora concorreu na edição de 2020, com mais de 1,1 mil indicações de mulheres do setor, que trabalham em 356 empresas pelo mundo.  A homenagem será entregue este ano, na 5ª edição do evento, em decorrência da pandemia. O prêmio distingue a contribuição para uma mineração mais sustentável, inclusiva, diversa e preparada para o futuro.

Ao ser reconhecida como uma das cem mulheres mais influentes do setor, Ana Cunha, destacou que a mineração passa por uma transformação, com adoção de práticas mais sustentáveis e foco na diversidade e inclusão. Em 2022, ela destaca que o setor tem evoluído e está mais propositivo, com o estabelecimento de metas, desenvolvimento de programas e acompanhamentos rotineiros. “Programas de inclusão, instituição de Comitês de Diversidade já estão em andamento e tendem a criar novas culturas de igualdade e de pertencimento. Outra área que merece destaque está relacionada aos processos de recrutamento, contratação e retenção de mulheres nas empresas,” destaca.

Brasileira, preta e com uma carreira de sucesso na mineração, Ana Cunha rompeu paradigmas. Foi a primeira mulher a assumir um cargo de diretoria na Kinross Brasil onde concilia funções distintas e busca abrir espaços para mais mulheres chegarem a cargos de liderança e, assim, participarem efetivamente da tomada de decisões. “Precisamos motivar cada vez mais nossas mulheres e fazê-las enxergar o quanto são incríveis, mas também sensibilizar as empresas para o impacto positivo que essa equidade agrega em toda cadeia”, acrescenta.

Inclusão e Diversidade de Gênero 
Em 2022, um número recorde de empresas passou a fornecer dados para o índice Bloomberg Gender-Equality (GEI), que ajuda a trazer transparência às práticas e políticas relacionadas ao gênero em empresas de capital aberto no mundo todo.

O índice avalia as empresas em cinco pilares, liderança feminina e pipeline de talentos, igualdade salarial e paridade de remuneração entre gêneros, cultura inclusiva, políticas contra assédio sexual e marca pró-mulher. Atualmente, são 418 empresas, com sede em 45 países e regiões e com uma capitalização de mercado combinada de US$ 16 trilhões, incluídas no levantamento.

Na Kinross a questão da diversidade de gênero também passou a ser prioridade. Atualmente, há um esforço para atrair mulheres para a mineradora.  A Kinross Paracatu, juntamente com a Kinross WorldCorporation, atua em programas de aceleração profissional exclusivos para elas. Um deles, voltado para networking, tem o objetivo de fortalecer profissionais nas capacidades técnicas e emocionais. “É um programa importante quando se pensa em longo prazo, na retenção das mulheres,” destaca a diretora Ana Cunha.

A Kinross também criou em Comitê de Diversidade, que discute e identifica as necessidades dos empregados, as demandas e proposições que a empresa tem. As ações de inclusão de gênero da Kinross também se estendem à sociedade. A mineradora desenvolve um trabalho em Paracatu voltado para a juventude, com um olhar muito direcionado para as meninas, de formação e trabalho. Há também a formação profissional para a mulher no setor mineral, em áreas tradicionalmente masculinas, como mecânica e operação. 

Fonte: Taciana Giesel

*Permitido compartilhamento e ou cópia desde preservada a fonte (LEI Nº 9.610/98)
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