As consequências de um “boato virtual” na vida das pessoas

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Essa semana nós tínhamos 2 outros assuntos na pauta, mas hoje de manhã, depois de ver circulando mais uma vez um vídeo muito ofensivo que supostamente seria de uma pessoa aqui da cidade, mas que se analisarmos um pouco, não tem nada a ver com a pessoa e nem tem a mínima possibilidade de ser, resolvi mudar o assunto e mais uma vez falar sobre mentiras, boatos e mensagens falsas que recebemos e muitas vezes “repassamos” com o propósito de… vai saber pra quê né?
Bem, o que pode começar como algo pequeno em um grupo de Whatsapp, pode acabar com a vida de uma pessoa, sabia?
Vamos pegar como exemplo, uma jovem aqui da cidade que fez contato aqui na rádio e eu atendi na última semana. Ela ficou um mês sem sair de casa depois que espalharam uma foto falsa, uma montagem pornográfica – mal feita ainda por cima – que circulou pelas redes, pelos grupos de What’s app como se fosse ela e algumas pessoas repassaram com aquela famosa frase: “Não sei se é verdade, só estou repassando…”  Só por essa frase já merece um belo de um puxão de orelha.  Se você não sabe se é verdade, por que está repassando?
Teve outro caso, longe daqui de Paracatu que a menina, uma estudante teve que mudar de cidade para tentar recomeçar a vida após uma corrente circular pelos grupos, a acusando de espalhar o vírus HIV a homens da cidade.
O boato pode vir de uma piada de um grupo de Whatsapp de amigos, com ironia, em uma montagem brincando com uma foto sua. Pode ser uma brincadeira que vai circular na família sem nenhuma repercussão mais negativa, mas pode acontecer também algo mais trágico, como uma pessoa ser espancada no meio da rua porque parecia com uma suposta sequestradora de crianças ou uma criança sofrer bulling por causa de uma imagem que foi atribuída a sua mãe ou uma irmã… Você que tem filho, filha, irmã, mãe, já imaginou isso aconteceu com você ou alguém da sua família?
O ruim é que essa ferramenta, esse aplicativo que surgiu para ajudar, e realmente revolucionou as redes sociais, ao mesmo tempo, em paralelo está acabando com a credibilidade da internet, das redes sociais. Já não bastasse essa enxurrada de “fakenews” nas redes sociais, ainda temos que conviver com o título maiores propagadores de boatos e fofocas do planeta!
Além disso, é bom saber que quem “repassa” um vídeo maldoso, uma fofoca, uma montagem, também está transgredindo a lei.
Mas criar boatos é crime?  Bem, mentir não é crime – mas escrever mentiras (mesmo que sejam copiadas e coladas) sobre outras pessoas, sim. “Tudo o que você disser, repassar que se traduzir em um dano moral a alguém pode implicar em uma situação que encontra enquadramento na esfera criminal”.  E isso nem sou eu que estou falando, é o Dr. Demétrius Gonzaga de Oliveira, delegado do Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Polícia Civil.
No Código Penal brasileiro, essas implicações legais ligadas a boatos se enquadram nos chamados crimes de honra:
Calúnia, difamação ou injúria. Nestes casos, a pena para o “criador ou repassador do boato” é detenção de três meses até 2 anos e meio de detenção e multa, conforme o entendimento do juiz. E não vai adiantar você falar que “não sabe se é verdade, só está repassando”.
Segundo os operadores do direito, além da esfera criminal, existem situações em que o fato de ter usado indevidamente a imagem “mesmo que montagem” de uma pessoa, gera uma indenização que pode chegar a R$ 35 mil.
E se por acaso você foi vítima de um boato?
Para conseguir levar o caso para Justiça é importante que a vítima siga alguns passos.
– Consolidar a prova: Fazer um print ou imprima a página do local em que o boato foi postado ou o comentário foi feito.
– Faça o Boletim de Ocorrência
– Contrate um advogado ou em alguns casos, acione o Ministério Público, principalmente quando se referem a grupos específicos, como nordestinos, mulheres e negros.
Não é impossível encontrar o autor ou autores e no caso de um grupo de what’s app por exemplo, identifique o número que repassou a informação, o vídeo, a foto ou fez o comentário… Num momento oportuno aquela pessoa vai ser intimada a identificar quem passou aquele conteúdo pra ela…  e quem passou será intimado e assim sucessivamente, até chegar ao responsável, ou então…  quem não souber informar torna-se o responsável.
Mas, acima disso tudo, está o mais importante.
O mais importante é nos questionarmos sobre alguns aspectos. Será que essa pessoa ou empresa, por mais que eu não goste dela, seria capaz de fazer falar isso, de fazer isso?  Tem coisa que é muito improvável de acontecer e mesmo assim as pessoas compartilham e ainda falam:  “Só estou repassando…” 
Pra essas pessoas eu deixo um recado, ou melhor, uma reflexão: “E se o boato, se a mentira, se a fofoca fosse com você hein? Muitas famílias foram destruídas, muitas pessoas perderam empregos e até mesmo muitas vidas foram perdidas depois de uma “fofoca ou uma fakenews” propagada.”
Pense nisso…

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