O Ministério da Saúde confirmou, em balanço divulgado nesta quarta-feira (18), oito mortes causadas pela febre amarela em Minas Gerais, mas o número de mortos pode ser bem maior. Há outros 45 óbitos suspeitos e, no total, 206 casos sob investigação em 29 cidades do leste mineiro. No Espírito Santo, de acordo com a pasta, há outros seis casos suspeitos em quatro municípios.
Das oito mortes confirmadas em Minas Gerais, quatro foram identificadas como sendo por febre amarela silvestre. No caso das outras quatro, a doença também foi confirmada, mas a pasta ainda está descartando a possibilidade de febre amarela vacinal.
A febre amarela vacinal é quando a doença é causada pela própria vacina, hipótese altamente improvável –as estimativas variam de um caso a cada 400 mil a um caso a cada um milhão, segundo o ministério.
Em Paracatu, a Secretaria de Saúde já tem tomado providências quanto à imunização da população.
Segundo a Enfermeira Norma Ferreira Silva, Coordenadora do Setor na Epidemiologia da Secretaria de Saúde de Paracatu, “não é momento pra população de Paracatu se alarmar”, mas ela reforça a necessidade das pessoas que se encaixam no público que será atendido procurarem os Postos de Saúde dos seus Bairros portando o cartão de Vacinação para tomarem as vacinas e ainda recomenda que viagens a áreas do surto sejam canceladas.
“-Pra quem está de viagem programada, a primeira medida é deixar de viajar pra essas áreas que estão tendo o surto porque não adianta a pessoa tomar a vacina aqui em Paracatu e depois ir pra Teofilo Otoni por exemplo, porque ela vai chegar lá e se for contaminada, esse vírus vai ficar incubado e quando ela voltar vai falar que a vacina não funcionou, mas a verdade é que a vacina leva um tempo pra fazer efeito.” Recomendou.
Segundo Normal, “o último registro de caso em Paracatu foi feito há mais de 10 anos” e o problema tem se agravado pelo fato do conhecido mosquito da Dengue ser transmissor da Febre Amarela.
A doença
A febre amarela é uma doença infecciosa transmitida por meio da picada de mosquitos infectados. Ela pode ser transmitida em ciclo urbano ou silvestre. No entanto, está ocorrendo o aumento do número de pessoas infectadas no ciclo urbano, onde o mosquito Aedes aegypti é o maior responsável.
Os macacos são hospedeiros da doença, mas com maior importância no ciclo silvestre, em seu habitat original. Já na zona urbana, o homem é o hospedeiro mais frequente da doença. De acordo com a médica, o período de transmissibilidade do hospedeiro para o mosquito gira em torno de 7 dias a contar a partir de 48 horas antes do início do aparecimento dos sintomas que podem surgir até 5 dias depois.
Sintomas
Os principais sintomas são febre, calafrios, dor de cabeça, dores no corpo, fadiga, náuseas e vômitos. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. A chance de morte pela doença varia de 5% a 10%, mas entre as formas mais graves pode chegar a 50%.
Tratamento
A febre amarela tem cura, mas não existe um tratamento específico, apenas sintomático. Segundo especialistas, "devem ser repostos os líquidos por meio de hidratação vigorosa e contenção de sangramentos. O repouso é sempre indicado e, na maioria dos casos, é necessária a internação dos pacientes. Nos casos mais graves, em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) visando a reduzir as complicações e o risco de morte". Por isso, a indicação é para que a população se previna, vacinando-se contra a febre amarela.
Quem pode tomar a vacina?
A vacina é altamente eficaz e segura para o uso a partir dos nove meses de idade, em residentes e viajantes a áreas endêmicas, ou a partir de seis meses de idade, em situações de surto da doença.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera que apenas uma dose da vacina já é suficiente para a proteção por toda a vida. No entanto, como pode haver queda na imunidade com o tempo de vacinação, o Ministério da Saúde definiu a manutenção de duas doses da vacina febre amarela no Calendário Nacional, sendo o esquema vacinal uma dose aos noves meses de idade com reforço aos quatro anos. Para pessoas de 2 a 59 anos, a recomendação é de duas doses.
Com informações do site do MS.
Por: Glauber César / Portal Paracatu.Net
Imagem: ilustrativa
