Queda de braço entre justiça e tecnologia do WhatsApp continua. Descriptografar, está fora de questão!

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O amado aplicativo WhatsApp tem no Brasil 100 milhões de usuários e já foi bloqueado três vezes desde 2015, sempre por ordens judiciais. E esta semana como você percebeu e acompanhou aqui, o Facebook – a empresa que controla o WhatsApp – recebeu uma intimação ordenando que a empresa interceptasse e entregasse às autoridades do Rio de Janeiro mensagens de supostos criminosos sendo investigados.  O bloqueio durou algumas horas e acabou suspenso por uma decisão do STF.
Essa história você já ouviu aqui…  Vamos agora ao desfecho com uma série de notícias e pontos de vista do dia.
Neste e nos outros episódios, o Facebook/WhatsApp disse que não poderia realizar o que a notificação pedia por motivos técnicos.
Então, o caso é que eles, os diretores da empresa, do WhatsApp estão falando a verdade.
Desde abril deste ano, qualquer usuário do aplicativo recebe a mensagem em uma telinha amarela dizendo: “As mensagens que você envia para esta conversa e as chamadas de voz são, agora, protegidas com criptografia de ponta a ponta. Toque para obter mais informações”.
Este curto recado é, na verdade, o topo do iceberg de uma era em que quase todas as principais aplicações do mercado são criptografadas e trafegam em sistemas SSL/TLS.  A maior parte dos serviços que está na nuvem é criptografada – isso vale para o Office 365, para as Oracle Applications, para a plataforma Totvs, etc.
No caso específico do WhatsApp, a tecnologia usada por essa plataforma garante que nem o próprio WhatsApp nem ninguém – governo, empresas, pessoas comuns, criminosos – conseguirão ouvir ou ler algo enviado de um usuário a outro – o que inclui mensagens, fotos, vídeos, mensagens de voz, documentos ou chamadas de voz.
Enfim, o WhatsApp não ter acesso a esses dados é algo muito importante.
A criptografia é muito comum em toda a Internet. Se um usuário faz uma compra online ou visita Google.com, um cadeado e as iniciais da página que você pode observar aí no seu computador como “HTTPS” são visíveis no navegador, o que significa que os dados enviados via Internet são criptografados ou ocultados de quem quer que possa tentar bisbilhotar ou roubar a informação, tal como um número de cartão de crédito.
O WhatsApp levou isso pra dentro do seu aplicativo de troca de mensagens do mundo, uma aplicação que funciona em um grande número de diferentes dispositivos.
Entendeu?  Por exemplo:
A criptografia de ponta a ponta é a diferença entre enviar um cartão postal em papel, em que qualquer um – incluindo o carteiro — pode ler a sua mensagem, e fechar esse cartão postal em um envelope, algo que garanta que somente você e o destinatário conseguirão ler a mensagem.  Simples assim!
O fato de nem mesmo o WhatsApp ser capaz de ver as mensagens ou escutar as chamadas significa que, se a empresa receber um pedido judicial de acesso aos dados pessoais ou mensagens de alguém, o WhatsApp não terá acesso a eles e não terá como entregar o que quer que seja. Devido à maneira como o WhatsApp implementou isso, será muito difícil que as agências policiais e governamentais consigam acesso legal a dados que poderiam ser necessários para auxiliar nas suas investigações.
Proibir a criptografia poderia causar enormes danos à economia digital. Necessitamos de criptografia para manter seguros os nossos dados pessoais. Por outro lado, seria sim importante encontrar um equilíbrio no qual as forças policiais pudessem obter acesso judicial a dados do WhatsApp para auxiliar as suas investigações.
Estamos vivendo um momento histórico, porque alguma coisa tem que ser feita, mas ninguém sabe o que será. Somos muito livres com os nossos dados pessoais e seu compartilhamento online. Junto com a liberdade, exigimos garantias de não sermos monitorados, algo que roubaria a nossa privacidade.
Depois de tantas notícias que lemos, relemos e transcrevemos, tantos pontos de vista, eu percebo que, a grande questão, é que criptografia e privacidade andam juntas tanto para pessoas honestas, que nada têm a esconder, como para criminosos, que muito têm a esconder. A tecnologia não é “pessoal”, tratando uns e outros de forma diferente.

E este quadro que estamos vendo se desenhando é que o mundo deseja que o WhatsApp ofereça garantias de privacidade e proteção de dados. Com bloqueio ou sem bloqueio, isso continuará acontecendo e à ou a justiça precisa-se garantir o direito de separar o joio do trigo.  Simples assim! Só que não!!!

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