O repórter e uma história cheia de histórias

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          Ao interpelar o vice-governador de Minas, Antônio Andrade (PMDB), o repórter Renato Lopes,  do jornal O Movimento, mais que entrevistar, cumpriu o seu papel de decodificador dos assuntos relevantes para a comunidade regional. Ele arrancou daquela autoridade, durante sua recente visita a Paracatu, e publicou,  o compromisso público de reinício das obras de asfaltamento da rodovia LMG-680, que liga o município à cidade de Brasilândia, passando pela área do Projeto Entre Ribeiros.

          O Entre Ribeiros, uma das maiores áreas irrigadas particulares da América Latina, ajudou a fazer de Paracatu o maior produtor de grãos de Minas, título perdido para a vizinha Unaí. Passado o ciclo amarelo dos grãos, aquele núcleo ensaiou uma diversificação de produção, optando pela fruticultura – opção dificultada pela falta de estrutura rodoferroviária. Ultimamente, vem experimentando outra metamorfose: introdução, ali, da discutível monocultura de cana, impulsionada pela já superada boa expectativa da produção de álcool.

          Quando do seu início, o Projeto Entre Ribeiros foi saudado como futuro celeiro de grãos de Minas e do Brasil, contando com fáceis e fartos recursos dos governos do Brasil e do Japão, por meio do Programa Nipo Brasileiro para o Desenvolvimento dos Cerrados (Prodecer). Tanto é que a inauguração da primeira etapa do seu projeto de irrigação chegou a merecer as inéditas e entusiasmadas presenças dos então presidente da República, José Sarney, e do governador de Minas, Newton Cardoso. No improvisado palanque no meio do cerrado, o governador mineiro prometeu, solenemente, asfaltar aquela via ainda no transcurso do seu governo…

          Cardoso não disse explicitamente, mas aquilo seria uma espécie de tardia compensação moral, do Governo de Minas, pelo prejuízo que Paracatu e estes sertões e veredas roseanos sofreram. É que o secular Plano Ferroviário Nacional, a exemplo daqueles adotados pelos desenvolvidos e prósperos países de dimensões continentais, contemplaria estas paragens. Mas o interesse do lobby da indústria automobilística, de autopeças e das grandes empreiteiras falou mais alto. A privatização da Rede Ferroviária Federal, feita durante o (des)governo tucano do presidente Fernando Henrique Cardoso, inviabilizou de vez o ideal ferroviário.  E a sonhada chegada do trem a estas plagas, barateando o transporte de cargas e impulsionando o progresso, nunca aconteceu.

          Nos governos estaduais tucanos de Aécio Neves e Augusto Anastasia, décadas após a frustração do “sonho dos sonhos”, a pavimentação dos primeiros 13 quilômetros da LMG-680 encheu de ânimos os produtores. Mas o iniciado asfaltamento sofreu paralisação ao fim do tucanato e jamais foi reiniciado pelo governo petista de Fernando Pimentel, que tem como vice o ex-deputado Antônio Andrade, do PMDB. Acontece que, como se sabe,  Antônio Andrade sempre teve Paracatu como a sua principal base eleitoral. Sabedor disso, o  repórter Renato  acuou o  vice-governador, que já batalhava pela pavimentação quando ainda era parlamentar,   arrancando dele o compromisso de reinício da obra, em que pese a penúria dos cofres estaduais, até o final deste ano ou início do próximo. O compromisso está feito. Que as lideranças, agora, cobrem o seu cumprimento…
 

Do Toco do Pecado – Comentários de Florival Ferreira

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