No comentário do dia 19 de fevereiro – e o amigo internauta é testemunha -, esta coluna registrou um impasse político e previu: como o PT e o PMDB de Paracatu, principais partidos da base de apoio ao Governo de Minas, fecharam a cara um para o outro e dificilmente chegariam a um consenso; como o pequeno PROS, por meio do vereador Glewton de Sá, indicara a professora Viviane Andrade Porto, prima do vice-governador Antônio Andrade, do PMDB, como terceira via para dirigir a Superintendência Regional de Ensino – por tudo isso, poderia dar o Tertius (uma terceira e inesperada opção) na SRE. Tiro e queda. A professora Viviane foi nomeada oficialmente na quinta-feira, 05/03, e passa a comandar toda a rede estadual de ensino na região.
A nomeação traz em seu bojo o desprestígio de dois gigantes Golias, partidários, que respondem pelos nomes de PT e PMDB; a ascensão de um pequeno e jovem Davi, o PROS, que vem a ser (como pouca gente conhece a legenda, explicar é preciso) o Partido Republicano da Ordem Social; e o aumento do cacife do vereador Glewton de Sá, que, para todos os efeitos, indicou e emplacou a sua escolhida. Como foi dito, o PT indicara ao cargo, com o aval do Sind-UTE e endosso de eleição direta entre educadores, o nome da professora Núbia André. O PMDB estadual e todos os deputados mineiros aliados, por sua vez, exigiram o cumprimento de protocolo político antigo, que previa indicação partidária, e apontou, localmente, o nome da professora Neide Batista. O vice-governador Antônio Andrade, encarregado pelo governador Fernando Pimentel de desatar o nó, exigiu dos dois grandes partidos um consenso que não houve. E o PROS entrou no vácuo.
A recente nomeação traz também um problema para a Família Andrade Porto, que poderá aflorar mais intensamente nas eleições municipais do ano que vem. O clã jura não ter – mas os meios políticos não acreditam! – o projeto de, com apoio de setores da maçonaria, ampliar seu poderio na cidade, com um dos seus membros (leia-se José Maria Andrade Porto), candidato a prefeito ou novamente a vice em 2016 (no caso de vice, o candidato a prefeito seria o médico Bebeto Rabelo). É uma maldade, eis que todos os membros do clã são pessoas decentes e trabalhadoras, que construíram sua prosperidade com trabalho árduo na iniciativa privada. Mas potenciais futuros adversários, apontando Antônio Andrade na vice-governadoria, Zé Maria no comando do PMDB local e Viviane Andrade na SRE, já começam a espalhar o boato de que a família quer dominar tudo na cidade, pregação que têm potencial para despertar antipatias e provocar grandes estragos políticos quando levados aos palanques.
Lá no Toco, todas essas conjecturas estão sendo feitas. E foi sugerido: como a previsão de que poderia dar o Tertius na Superintendência Regional de Ensino foi antecipada e confirmada, que tal firmar uma parceria entre o Toco do Pecado e Tio João de Caitité?
Do Toco do Pecado – Comentários de Florival Ferreira
