"Amontoe os seus problemas nos ombros do Eterno —
ele levará a sua carga e ajudará você a sair."
(Sl 55.22a)
Sou do tipo de pessoa que acredita no provérbio popular de que não há mal que não faça o bem. Aliás, desde tempos imemoriais que a tradição judaica também acredita que tudo concorre para o Bem, ainda que não tenhamos esta visão quando estamos cheios de problemas. De acordo com este pensamento, o Mal já nasce derrotado, e que, no fim, o Bem sempre triunfa, e, do contrário, é porque a história ainda não acabou.
Deus, o Senhor do Tempo (καιρός), Aquele que está muito acima desta fragmentação do tempo (χρόνος) que a humanidade fez no transcurso da história, tem a sua própria pedagogia e sabe, muito bem, o que quer de cada um de nós. Deste modo, muitas vezes quando imaginamos que não existe mais saída, quando ficamos pequenos diante dos nossos imensos problemas, devemos voltar a nossa atenção ao Eterno, na certeza de que ele nos ajudará, nos conduzindo ao bem e à felicidade suprema.
Acontece que somos imediatistas; devido à nossa finitude estamos presos ao tempo presente, nos desesperamos e não temos suficiente confiança no Senhor. Ou, na pior das hipóteses, nos comportamos como se fôssemos deuses, senhores soberanos do nosso próprio destino, suficientemente sábios e capazes de resolvermos, por nós mesmos, todos os nossos problemas.
A história, no entanto, tem mostrado que não é bem assim. Somos dependentes, filhos rebeldes de um Pai (Abba) extremamente bom, que se preocupa conosco e está sempre disposto a nos ajudar, mesmo quando nos metemos em encrencas devido à nossa desobediência e rebeldia.
Desta forma, se o fardo sobre os nossos ombros está demasiado pesado, é hora de humildemente reconhecermos a nossa incapacidade, entregar tudo nas mãos do Eterno e aguardar a sua ajuda benfazeja, tal criancinha que se joga confiante nos braços de sua mãe.
