"Deus não dá a mínima para a oração
dos que não o ouvem."
(Pv 28.9)
Essas palavras de Provérbios são muito duras, mas, pensando a partir deste ponto de vista, é quase sempre assim que agimos: fazemos súplicas a Deus, oramos, rogamos, queremos ser atendidos em nossas demandas, porém, nem sempre estamos dispostos a fazer o que ele manda através de sua Palavra, ou a obedecê-lo em espírito e verdade.
Nesses momentos, aos quais costumamos denominar de "orações fortes", não raramente damos ordens a Deus: faça isso, me atenda naquilo, cura esta doença, dá-me prosperidade financeira, garanta-me sucesso nos negócios, felicidade no casamento, e assim vai. É uma litania sem fim. Fechamos os olhos, nos concentramos, forçamos a mente para estreitar ainda mais a conexão com o Alto, esperando pronto atendimento. Em seguida abrimos os olhos e olhamos ao redor, como que conferindo se houve de fato alguma mudança, se realmente Ele nos atendeu.
Desta forma, ainda que sem perceber, reduzimos Deus (o Onisciente, o Todo-Poderoso [El Shadday], o Onipresente), a mero despachante, resolvedor das lambanças que vamos criando em torno de nós mesmos em nosso dia-a-dia; curador de doenças do corpo e da alma, uma espécie de SUS supraperfeito, com atendimento 24h.
Contudo, pouca atenção damos à sua Palavra, raríssimas vezes estamos prontos a obedecê-la, alegando que o fardo é pesado demais para carregarmos, e mais uma infinidade de desculpas esfarrapadas, típicas de crianças mimadas, do tipo que está acostumada a tudo o que pedir receber de seus pais.
Será que o SENHOR está mesmo pronto para atender as orações que fazemos, independentemente de sua urgência e necessidade, mesmo aquelas mais egoístas? Ou, dito de outro modo, não devíamos antes obedecê-la, para só depois pedir, confiantes que tudo o mais virá como acréscimo?
