Era “Midnight Express” ou “O Expresso da Meia Noite”. A trajetória de um rapaz norte-americano que fora preso em um aeroporto da Turquia tentando levar consigo drogas junto ao corpo. A saga que se segue me impressionou. Aquele garoto viu torturas, crueldades e sentimentos expostos que se apresentavam em meio a uma sequência de acontecimentos que levaram o protagonista a quase loucura. E tudo aquilo, fora avisado no início da fita, se baseava em uma história verídica.
Fiquei com as lembranças na mente. Mais tarde, em 1985, residindo em Brasília, vi o livro que inspirou a adaptação cinematográfica na estante de um sebo. Peguei, e nas indas e vindas do demorado trajeto de ônibus entre a Asa Norte e o Núcleo Bandeirante, recém chegado a capital federal, lia compulsivamente a obra. Fiquei surpreso ao chegar no meio do livro e ver que a história do cinema já tinha sido contada inteira. E me restava meio livro de coisas inéditas. A saída da prisão até o retorno ao lar não me fora contada na adolescência cinematográfica. Detalhes, coisas que a luz do projetor, por mais que tenha sido eficiente, não conseguiu me mostrar.
Foi a primeira vez que senti a expressão, antes de ouvi-la. O filme foi ótimo mas preferi o livro. Fica a dica. Desta vez em dose dupla. Veja e leia. Vale a pena.
Ed Guimarães

