Entrevista Exclusiva com o Médico-Vereador Dr. Romualdo Gonçalves Ulhoa

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Romualdo Gonçalves Ulhôa 56 anos, Médico Pediatra, natural de Paracatu – MG, filho de Mário Hebert Ulhôa e Laurinda Gonçalves Ulhôa, casado com Célia Pereira Ulhôa, pai de Guilherme, Naiara e Thalles, primeiro mandato como vereador. Em entrevista ao Paracatu.Net, falou sobre saúde, educação, proteção ao meio ambiente, gestão pública de saúde e mineração.

Ao contrário do que muitos esperavam, que o médico-vereador atuaria basicamente na área de saúde, Dr. Romualdo tem surpreendido com sua atuação na educação, proteção ao meio ambiente, geração de emprego e renda e recentemente surpreendeu com o Projeto de Lei que cria o “Programa Creche Solidária”.

Paracatu.Net: O que é o Programa Creche Solidária e qual seu alcance social?

Dr. Romualdo Ulhôa: O Programa Creche Solidária é uma proposta nova que estabelece o atendimento de crianças de zero a cinco anos de idade, em turnos diferenciados nas creches de Paracatu, das 06 às 23 horas, permitindo que as mães possam exercer suas atividades profissionais fora de casa, enquanto seus filhos estarão acomodados de forma segura. Além disso, esse projeto possibilita às crianças o desenvolvimento de habilidades motoras e psíquicas na medida que abraça a idéia de desenvolver atividades esportivas, artesanais, literárias, culturais e artísticas como a música, dança, teatro, alfabetização e etc.

Paracatu.Net: Além de implantar as atividades o Sr. também propõe aumentar o horário de funcionamento. Por que?

Dr. Romualdo Ulhôa: Paracatu hoje é uma cidade com características bem diferentes de anos atrás. Temos dezenas de empresas que trabalham de turno e muitas mães de família que trabalham até mais tarde, fica sem onde deixar seus filhos depois das 17:00 horas. O mercado mudou, empresas trabalham até em 4 turnos.

Paracatu.Net: Qual a relação do Projeto de Lei com a sua proposta junto às Faculdades e Escolas Técnicas na cidade?

Dr. Romualdo Ulhôa: Não tem uma relação direta, mas uma coisa pode ajudar a outra. O que estou propondo, e na verdade incentivando, é que se crie a disciplina de voluntariado no quadro curricular de alguns cursos. Por exemplo: 60 horas anuais (representa dois dias e meio de serviço voluntário por ano). Isso se aplicado no Asilo, na APAE, em creches, escolas ou qualquer entidade beneficente, vai dar um resultado muito grande, sem falar na importância social da instituição de ensino. Isso acresce o valor humanitário da Instituição, cria o espírito de voluntariado nos alunos e engrandece a Faculdade ou a Escola. Estou empenhado, além de enviar ofício, irei pessoalmente a todos os diretores para conversar sobre esta proposta.

Paracatu.Net: E como o Sr. quer aumentar o tempo e diminuir o custo para o funcionamento das instituições?

Dr. Romualdo Ulhôa: Veja, um voluntário cuidando de algumas crianças, por exemplo, que seja brincando, ensinando a tocar violão, cantando, contando história, ensinando um esporte, isso vai significar a diminuição da mão de obra mais específica.

Paracatu.Net: Se não considerarmos o voluntariado, o custo aumenta significativamente para os cofres públicos. O governo está vendo com bons olhos?

Dr. Romualdo Ulhôa: As despesas aumentam em curto prazo, mas a médio e em longo prazo é lucro, pois uma criança bem cuidada, adoece menos, a criança que pratica esportes, fica mais saudável e imune a algumas doenças que a levariam pra fila do Pronto Socorro. Além da alfabetização inclusa neste programa.

Paracatu.Net: Por falar em saúde, no início do mandato, houve um boato que o Sr. poderia ser Secretário de Saúde. Isso foi considerado ou proposto ao Sr.?

Dr. Romualdo Ulhôa: Não, nunca houve esse convite.

Paracatu.Net: E se hoje houvesse esse chamado?

Dr. Romualdo Ulhôa: Eu não aceitaria. Não tenho disponibilidade de tempo para assumir tal cargo. Poderia contribuir, ajudar, mas a Secretaria até hoje não nos procurou.

Paracatu.Net: Como profissional médico e conhecedor da estrutura, qual seria a solução para resolver as dificuldades na saúde em Paracatu?

Dr. Romualdo Ulhôa: A principal seria descentralizar os atendimentos, ou seja, melhorar os atendimentos nos postos de saúde, com extensão de horário até as 22 horas nos locais de maior demanda. Realizar pequenas cirurgias como: suturas, retirada de unhas, verrugas, etc. Colher e entregar resultados de exames nos postos de saúde. Fiz uma requisição para colocar aparelhos de Raios-X nos postos em locais estratégicos, inclusive eu coloquei dentro do Plano Plurianual a instalação de aparelhos de Raios-X na periferia. Porque o que acontece hoje é que junta muita gente no Pronto Socorro do Hospital Municipal provocando tumultos e demora nos atendimentos.

Paracatu.Net: Isso seria a solução dos problemas?

Dr. Romualdo Ulhôa: Solução completa não. Problemas na saúde você não resolve completamente, porém podemos facilitar a vida das pessoas, diminuir custos, amenizar as dificuldades que muitos tem em se deslocar perdendo muito tempo.

Paracatu.Net: Vendo por este lado a ampliação do Hospital não vai diminuir as dificuldades?

Dr. Romualdo Ulhôa: Se o Hospital continuar sendo um Pronto Socorro de doenças comuns pode até piorar, mas pensando e planejando, vai ser um benefício pra comunidade, sem dúvida.

Paracatu.Net: O Sr. é a favor ou contra a mineração?

Dr. Romualdo Ulhôa: Sobre a mineração especifica de nossa cidade sou contra o modelo de mineração a céu aberto que esta sendo praticado aqui. O Governo Federal quer a mineração, quer tirar o ouro, quer extrair e a nossa vontade pouco importa. No mundo a Mineração é um mal necessário, vários tipos de minério, como o alumínio, o ouro, o zinco, o ferro e tantos outros estão no nosso dia-a-dia e fazem parte da nossa vida. O que nós temos que fazer e tentar é diminuir o dano ambiental e os danos à saúde. Que a mineração é ambientalmente destruidora, isso é.

Paracatu.Net: O Sr. acredita que a Mineração em Paracatu realmente reflete em Problemas de saúde? Como a tão polêmica contaminação com arsênio, por exemplo?

Dr. Romualdo Ulhôa: Não temos estudos epidemiológicos que comprovem se o que está sendo falado é real, e se está revertendo em doença. Mas a possibilidade existe. A poeira que está saindo de dentro da mina do morro do ouro é visível. Não tem uma barreira verde eficiente, uma proteção real é só visitar qualquer casa nos bairros mais próximos a mina que a gente vê claramente a poeira por toda a casa. E não é poeira de rua. É poeira que contém arsênio. Em outros locais que tiveram esse mesmo tipo de mineração a contaminação aconteceu. É preciso URGENTE nos precaver e tomarmos atitudes de proteção.
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