Transcrevo literalmente a epígrafe gravada em seis línguas (italiano, inglês, francês, espanhol, alemão e polonês) na plaqueta de metal pregada à Cruz da Jornada Mundial da Juventude. A inscrição sintetiza todo o seu significado e sua história. Ao término do Ano Santo da Redenção (1983-1984), o Beato João Paulo II deu de presente aos jovens católicos italianos a Cruz que estivera entronizada ao lado do altar-mor da Basílica Vaticana. A Cruz tornou-se o símbolo forte e determinante de cada Jornada Mundial da Juventude, isto é, do encontro do Papa com a juventude mundial, o que ocorre geralmente a cada três anos.
A Jornada foi sonhada por João Paulo II para reacender nos jovens a chama do amor a Cristo, à Igreja e aos irmãos, e para demonstrar a força da juventude na transformação da sociedade. Desde então, essa Cruz já percorreu inúmeros países: não só Itália, mas França, Canadá, Estados Unidos, Polônia, Argentina, Austrália, Espanha e outros países onde foi realizada a Jornada. Posteriormente, à Cruz foi acrescentado um precioso e lindo ícone de Maria, Mãe de Jesus, cópia fiel da mais antiga representação iconográfica da Mãe de Jesus, no mundo ocidental. A partir daí, a Cruz e o ícone de Maria tornaram-se os “símbolos” de cada JMJ.
Bento XVI não deixou por menos. Na esteira de João Paulo II e comprometido com a evangelização da juventude, assumiu com determinação o propósito de continuar a tradição dessas Jornadas. No dia 21 de agosto passado, no encerramento da Jornada Mundial da Juventude em Madri/Espanha, diante de quase 15.000 jovens brasileiros, o Santo Padre anunciou sua intenção de realizar a próxima Jornada aqui no Brasil, no Rio de Janeiro, de 23 a 28 de julho de 2013.
Com grande festa, os símbolos (Cruz e ícone) foram entregues aos jovens brasileiros que se encontravam em Madri, participando daquela Jornada. Mais tarde, no dia 17 de setembro, esses símbolos chegaram ao Brasil e foram acolhidos em São Paulo por mais de cem mil jovens, numa festa de ficar para sempre na lembrança. E teve início a peregrinação dos símbolos pelas dioceses do Brasil. Até julho de 2013, todas as 275 dioceses terão oportunidade de acolhê-los.
No final da semana passada, foi a vez da diocese de Paracatu. É difícil dizer onde o entusiasmo juvenil foi mais marcante. Entre nós, a festa começou no dia 12, sábado, lá pelas 20h 00, em Arinos. A juventude esteve firme na “Vigília noturna” e uma solene Concelebração Eucarística, com uma multidão incalculável de fiéis, sobretudo jovens, encerrou a programação naquela cidade. Pelas 14h 00, os símbolos foram acolhidos em Unaí.
Milhares de fiéis se comprimiram como puderam no imenso Santuário de Nossa Senhora do Carmo, especialmente, a partir das 16h 00, com a solene Concelebração Eucarística. Por volta das 20h 00, em meio a uma explosão de entusiasmo e de fé da juventude católica de Paracatu, a Cruz e o ícone de Maria foram recebidos na Praça do Rosário, seguindo-se a “marcha da fé” até à Catedral e a solene Concelebração Eucarística, quando jovens de Buritis, que foram a Madri, deram seu testemunho de participação. Por fim, chegou a vez de João Pinheiro.
Por volta do meio-dia de segunda-feira, um dia de serviço e de funcionamento das escolas, mesmo assim a linda e espaçosa Matriz de Santana esteve lotadinha de fiéis, sobretudo jovens. De João Pinheiro os símbolos seguiram para o Santuário Nacional de Aparecida. O próprio reitor do Santuário, Pe. Darci CSSR, veio a João Pinheiro para levar a Cruz e o ícone de Maria, Mãe de Jesus.
Da peregrinação da Cruz e do ícone de Maria fica uma preciosa lição para todos: a Cruz é sinal da vitória da vida sobre a morte. A Cruz é símbolo da ressurreição. A Cruz é sinal de salvação. É, sobretudo, sinal do amor de Cristo Jesus por toda a humanidade.
Ouvimos emocionados depoimentos de jovens que, fitando a Cruz, retomaram o referencial da fé mais participativa, abandonaram os desvios dos vícios, deixaram os caminhos de pecados e da prostituição e retornaram ao seio da Igreja.
Deus seja louvado!
