Existe um antigo provérbio, salvo engano chinês ou persa, que diz: “Não há vento favorável para aquele que não sabe para onde vai”. Durante séculos, Paracatu viveu ciclos distintos, ora de pujança, ora ostracismo econômico e social.
Não soube ou não quis, nos momentos em que os ventos sopravam a favor, montar a estrutura e estabelecer os rumos que lhe permitissem resistir à fúria dos mesmos ventos, quando eles passassem a soprar contra. Por isso, cidades como Patos de Minas e Uberlândia, que já pertenceram ao território do município, surgiram e cresceram, enquanto Paracatu permanecia estacionada, exatamente por não saber para onde ir.
Agora, não. A Agência de Desenvolvimento Sustentável de Paracatu, a ADESP, entregou oficialmente à Câmara Municipal, na segunda-feira, 07/11, por meio do seu presidente, Eduardo Trevisan de Morais, o Projeto Paracatu 2.030.
Trata-se de um aprofundado documento, elaborado pela sociedade civil local, sob orientação da Agência e da Fundação João Pinheiro. Nele, é feito um diagnóstico da nossa realidade e das nossas potencialidades. E, principalmente, são sugeridas as estratégias para que, nos próximos vinte anos, possamos ser um município socialmente justo, economicamente próspero e ambientalmente equilibrado e sustentável.
Ao entregar o documento à Câmara, aí incluído anteprojeto de lei para viabilizar as medidas sugeridas, o presidente Trevisan enfatizou que ele não é uma camisa de força, mas uma luz a ser seguida e aperfeiçoada. Pois bem: cabe agora à sociedade vigiar para que um trabalho árduo e criterioso, elaborado, com abnegação até, pelas suas instituições, não seja apenas condenado ao esquecimento e ao silêncio das gavetas. Já temos para onde ir, sabemos os caminhos que podem nos levar à Paracatu que queremos. Podemos até mesmo aproveitar a força dos ventos favoráveis…
Que Deus nos abençoe e inspire, pois, na cruzada de amor às gerações vindouras e na tarefa de construção do futuro. Amém!
