O caso repercutiu em todo o país e deverá continuar repercutindo. A Câmara de Paracatu vai instalar Comissão Parlamentar de Inquérito-CPI para, no prazo de 120 dias após a instalação, apurar suspeitas e denúncias de irregularidades no Hospital Municipal. Já está comprovado que o sistema que leva oxigênio a alguns pacientes apresentou falhas, segundo denunciou o vereador Vânio Ferreira, do PT. Resta saber se as mortes que ocorreram naquele loca e no mesmo período decorreram ou não desse problema.
Dos óbitos, o mais rumoroso foi o da menina Thainá Bezerra de Oliveira, oito anos de idade, noticiado até mesmo pelas grandes redes de televisão do Brasil. Ela foi ao Hospital dia 1º de março passado. O medicamento prescrito e tomado em casa não resolveu o seu problema, devido ao que retornou ao local no dia 04 seguinte, com pneumonia. Chegou bem, andando e falando, segundo a sua mãe. Foi atendida às 9h52m e submetida a inalação. Mas, poucas horas após, às 15h30m, já estava morta.
Descobriu-se depois que o sistema que leva oxigênio aos pacientes permaneceu vários dias com defeito. Apenas 20% do oxigênio ministrado é que chegavam aos pulmões dos doentes. O vereador Vânio questiona: não teria sido essa a causa mortis de Thainá e outros pacientes? “Provocou” o Ministério Público, com o promotor Peterson Queiroz , por sua vez, acionando o Conselho Regional de Medicina. Em etapa posterior, ele deverá levar a questão técnica à central de apoio do MP de Minas Gerais. Só depois disso é que definirá o remédio jurídico a ser aplicado.
Mas a oposição na Câmara não quer esperar sentada à beira do caminho. Nesta segunda-feira, 11 de abril, os vereadores Vânio Ferreira e Rosival Araújo, do PT, Sílvio Magalhães, do PTB, e Graça Caetano Jales, do PSB, formalizaram o pedido de instalação da CPI. O líder do prefeito na Casa, vereador Romualdo Ulhoa, do PDT, que é médico e ficou calado quando o assunto veio à tona antes, quebrou o silêncio e falou da impossibilidade de a morte da garota Thainá ter decorrido do problema no sistema de fornecimento de oxigênio. Mas, aí, a Inês já era morta: como o pedido de instalação da CPI foi assinado por mais de um terço dos integrantes da Casa, ele já está automaticamente aprovado. O assunto permanecerá vivo, portanto, por, pelo menos, mais 120 dias.
