O pecado da Ira

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São sete os Pecados Capitais. E, de acordo com o Novo Catecismo da Igreja Católica, “chamam-se capitais, porque são geradores doutros pecados e doutros vícios. São eles: a soberba, a avareza, a inveja, a ira, a luxúria, a gula e a preguiça ou negligência (acídia).” Já falamos anteriormente sobre a gula, um problema mais que atual. E quanto à ira, o que podemos dizer?

O senso comum sempre relaciona a ira ao que denominamos de intemperança, ou ainda a algo desordenador e negativo. E tem lá suas razões. Uma pessoa irascível, ou seja, que facilmente se irrita e se deixa dominar pela ira, pode ser muito perigosa. São pessoas dessa natureza que, num abrir e fechar de olhos podem dizer os mais loucos vitupérios contra outrem ou mesmo cometerem os mais terríveis crimes. Quantos assassinatos são consumados num momento de ira? Os crimes passionais, na sua quase totalidade, são praticados por agressores que se deixam dominar completamente por este. Muitos, por incrível que pareça, chegam inclusive a arrependerem-se do crime cometido, mesmo que esse arrependimento não devolva a vida que por um motivo fútil foi tirada.

O crime mais fácil de ser cometido, dizem os especialistas, é o de homicídio; e, por isto mesmo, afirmam eles, o de mais fácil defesa, sobretudo quando não é fruto de premeditação. Isso porque os estudiosos entendem que algumas pessoas, em determinados momentos, rompem a barreira do razoável e se deixam dominar pela ira, pela cólera e, por isso, são capazes de cometer os mais inimagináveis desatinos contra o seu semelhante.

Todos nós temos feras terríveis dentro do nosso interior, sentimentos que muitas vezes nos parecem indomáveis, noutros momentos, irreconhecíveis. Isso é próprio da condição humana, de modo que não há nada que não nos seja intrínseco. Essas manifestações não nos vêm de fora, mas emanam do mais profundo do nosso próprio ser. Não são obras de Satanás como querem fazer crer alguns. Aliás, é sempre muito simples e cômodo transferir para outrem a culpa que é nossa. É exatamente assim que agem os covardes: “não sei o que houve, não me lembro de nada, era uma voz que me mandou fazer tudo aquilo. Foi o demônio.”

Como sentimento, ou manifestação intrinsecamente humana, a ira não é um mal em si mesma. Para Santo Tomás de Aquino, por exemplo, “a ira foi dada aos seres dotados de vida animal para que removam os obstáculos que inibem o apetite concupiscível de tender aos seus objetivos, seja por causa da dificuldade de alcançar um bem, seja pela dificuldade de superar um mal. A ira é a força que permite atacar um mal adverso; a força da ira é a autêntica força de defesa e de resistência.” Ou seja, ela não é apenas algo ruim, que se deva combater pura e simplesmente, mas que pode ser nossa aliada, se bem sedimentada e direcionada a nosso favor.
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