A arte vai salvar o mundo!

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A ideia de que a arte vai salvar o mundo não é minha, mas, de Fiódor Dostoievski. Quando me recordo dessa frase, logo me vem à mente uma centena de artistas que conheço e admiro. Sei que parece utópico, mas tenho plena consciência de que o grande romancista russo está completamente coberto de razão: a salvação do mundo não depende das forças armadas nem da vontade das classes dominantes. Esses, nós sabemos, já deram provas mais que evidentes de sua incompetência. A saída é apelarmos para a arte, como expressão do Belo e da harmonia entre os humanos.

Já não suportamos mais acompanhar os escândalos que são mostrados diariamente na TV envolvendo a classe política. Alguns desses homens – a impressão que dá é que trata-se da imensa maioria – ao invés de zelarem pelo bom governo dos povos, de cuidarem da nossa segurança, se prostituem – perdoem-me as prostitutas por usar o nome delas em vão e em lugar indigno e inadequado – e fazem do poder um meio de acesso ao enriquecimento ilícito, desviam verbas, nomeiam seus parentes. Transformam o público numa privada, melhor dizendo, confundem o público com o privado, e se imiscuem nos mais hediondos crimes. Porque desviar dinheiro da saúde e da educação públicas devia, sim, ser classificado como crime hediondo e inafiançável.

Há anos as grandes Nações sobrevivem à custa dos pobres do mundo. Armam-se até aos dentes para expandirem os seus poderes até aos confins do mundo. Essas Nações, no entanto, pouco se importam que dezenas de milhares de pessoas morram diariamente no mundo por falta de um sistema de saúde que realmente cure as suas doenças; outros morrem de fome, jogados nas sarjetas, abandonados de tudo e de todos. Onde buscaremos, então, a salvação? E aqui falo de salvação no seu sentido corpóreo, material e humano. Porque a salvação espiritual é um problema escatológico e escapa à ação política pura e simples.

Sinto uma profunda tristeza diante de tanta contradição social. Fome, miséria, e guerras de um lado. Opulência, glamour, riqueza de outro. Milhões e milhões de famélicos, sem-tetos, sem-terras, sem tudo, enquanto uma pequena elite detém toda a fortuna do mundo em suas porcas mãos. Mas, o que fazer? Revoltar-se? Cruzar os braços e, por exemplo, não votar mais em ninguém? Fazer uma revolução? Não precisa de muita inteligência pra saber que o tempo das revoluções já passou. A quem entregar então o “governo do mundo?” Aos líderes religiosos, dirão outros. É mesmo? Ah, eu não tenho tanta certeza disso. Alguns dos nossos líderes religiosos – não me refiro aqui às religiões em si nem muito aos seus fieis seguidores – não tem se mostrado muito dignos de confiança. O fundamentalismo religioso contemporâneo campeia nossa sociedade pregando o ódio e a intolerância; homens que deviam zelar pela ética e pelos bons costumes estão sendo levados aos tribunais acusados dos mais sórdidos pecados: simonia, pedofilia, atentados terroristas. Isso sem contar os casos que são varridos para debaixo do tapete e dos quais nem sequer ficamos sabendo.

Apelemos, então, para a arte: A música. A literatura. O teatro. A escultura. A pintura. A poesia… Ah! Se o mundo ouvisse os poetas: Pessoa, Manoel de Barros, Bandeira, Vinicius, Cecília Meireles, Cora Coralina, João Cabral, Castro Alves, Drummond:

“Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.”

Urbano Medeiros com o seu sax vai salvar o mundo. Baden e seu violão vadio tornam o mundo mais humano e fraterno. Viva a música, viva a poesia! Salve os artistas, saúde aos contestadores desse mundo louco que absolve os criminosos e aprisiona no túnel do esquecimento artistas do porte de Vital Farias, Elomar, Didi e Valdemar Gavião.

Salvemos a arte e salvaremos o mundo também.
XMCred Soluções Financeiras
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