Novos meios, novas culturas

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Se for verdade que os meios de comunicação são como braços, pernas, olhos, ouvidos e pensamentos do homem, existe uma tecnologia que resolveu juntar todo esse nosso aparato em uma única invenção: o computador.

E tal como os outros meios de comunicação (imprensa, cinema, rádio etc), a tecnologia digital reconfigura a sociedade, as formas de representação e as identidades.

Segundo o filósofo canadense Marshal McLuhan, os novos meios e tecnologias pelos quais nos prolongamos constituem vastas cirurgias coletivas levadas no corpo social.

Já Pierre Lévy fez uma leitura acerca da introdução das tecnologias na sociedade sob um ponto de vista temporal. “Diferentes tecnologias intelectuais geram estilos de pensamento distintos”, afirmou.

Nas sociedades sem escrita, a forma de tempo era circular, do eterno retorno. Não dispondo da escrita, a transmissão de ideias e pensamentos era feita oralmente. E para que a memória social persista nas gerações seguintes, a repetição das ideias através do mito era o recurso de que dispunham.

Com o surgimento da escrita, florescem os Estados o comércio e as grandes civilizações. “Pela primeira vez os discursos podem ser separados das circunstâncias em que foram produzidos. Por isso, tentar-se-á construir discursos que se bastem a si mesmos”, afirma Lévy. O tempo da escrita é linear, construído pelo acúmulo e aperfeiçoado com a invenção da imprensa.

Um terceiro tempo se instaura com a chegada da informática. Na era da “rede digital”, o tempo é pontual: informação é multimídia, conhecimento é feito por simulação e os suportes se tornam cada vez mais leves e inquebráveis.

“Vivemos numa época em que um modelo raramente é definitivo. Ele é continuamente corrigido e aperfeiçoado, o conhecimento se encontra em metamorfose permanente”, propõe Lévy.

Passamos por três eras distintas, que podem ser ilustradas por três figuras: o círculo, representando a oralidade primária; a linha reta, quando a escrita permitiu o acúmulo de conhecimento e a História das civilizações pôde ter sua memória preservada; e o ponto, representando a era digital, na qual a informação é alterada a uma velocidade espantosa.

E nunca um meio incorporou tanto as características dos outros que o precederam como no caso do computador. Nele, produzimos textos, por meio da confecção de blogs, leitura de jornais online e bibliotecas virtuais, mensagens instantâneas, e-mails, tradutores simultâneos, e tudo quanto o mais o teclado alcançar.

O oral e o audiovisual também estão lá: vídeos, filmes, seriados, programas de TV, programas de rádio, programas que fazem programas, reunidos em uma infinita oferta de informação e interatividade. O impacto da chegada da informática em nossas vidas é comparado por Manuel Castells à invenção do alfabeto, na Grécia, em 700 a.C.

E o que implica para a sociedade saber que ela vive em um período de convergência tecnológica? Quando muda o sistema de comunicação, mudam também os valores existentes.

“Como a cultura é mediada e determinada pela comunicação, as próprias culturas, isto é, nossos sistemas de crenças e códigos historicamente produzidos são transformados de maneira fundamental pelo novo sistema tecnológico”, pontua Manuel Castells.

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