A jumenta de Balaão

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Balac filho de Sefor era rei de Moab quando Israel acampou nas planícies do seu reino, do outro lado do Jordão. Assustado com as inumeráveis vitórias de Israel contra seus adversários, Balac enviou mensageiros ao profeta Balaão (Bilam ben Beor) para que esses lhe transmitissem o seguinte recado: “Acaba de sair do Egito um povo que cobre a superfície da terra, e veio morar perto de mim. Peço-te, portanto, que venhas amaldiçoá-lo para mim, pois é um povo mais forte do que eu. Talvez assim consiga derrotá-lo e expulsá-lo do país. Pois, eu sei que fica abençoado quem abençoas, e amaldiçoado quem amaldiçoas”.

Depois de ouvir os mensageiros enviados por Balac, Balaão lhes disse: “Passai a noite aqui, e vos darei a resposta de acordo com o que o SENHOR me falar”. À noite, depois de consultar o SENHOR, Este lhe diz: “Não vás com eles nem amaldiçoes esse povo, pois é abençoado”. Quando amanhece o dia, Balaão despede os mensageiros de Balac dizendo que Deus se recusou em deixá-lo ir amaldiçoar a Israel.

O rei de Moab, não se convencendo da resposta enviada por Balaão, manda novos mensageiros para insistirem com o profeta. Balac conhecia muito bem a fama de Balaão e por isso agora resolve ser mais direto, oferecendo-lhe um bom pagamento pelo seu serviço. Resistente, o profeta manda dizer: “Ainda que Balac me desse o seu palácio cheio de prata e ouro, eu não poderia transgredir as ordens do SENHOR meu Deus, fazendo qualquer coisa por mínima que seja.” Percebemos, no entanto, que Balaão diz uma coisa e está pensando noutra bem diferente. Na verdade ele quer voltar atrás, afinal a oferta fora boa. É como se ele levantasse a hipótese de que Deus pudesse mudar de ideia, e diz então: “Assim sendo, ficai aqui também vós esta noite, para que eu saiba o que o SENHOR tem a me dizer de novo”. E eis que o profeta tinha razão, finalmente Deus parecia ter mudado de ideia e o autoriza a seguir os mensageiros de Balac. “Na manhã seguinte – continua o texto bíblico –, Balaão levantou-se, encilhou a mula e acompanhou os chefes moabitas.”

No caminho, porém, acontece o inesperado: a jumenta na qual Balaão ia montado simplesmente empaca e não quer mais seguir viagem. Insatisfeito, certamente já seduzido pelos presentes que ganharia do rei, o profeta espanca violentamente sua jumenta. Bate uma, duas, várias vezes. Percebendo que Balaão ia acabar matando a jumenta, “então o SENHOR abriu a boca da mula, e ela disse a Balaão: ‘Que te fiz eu, para me espancares já pela terceira vez?’” Depois de uma longa discussão entre o profeta e sua jumenta, “o SENHOR abriu os olhos de Balaão, e ele viu o anjo do SENHOR parado no caminho, com a espada desembainhada na mão. Balaão ajoelhou-se e prostrou-se por terra.” E, contrariamente ao que Balac esperava, Balaão abençoa a Israel.

A história de Balaão, que nos é contada no livro de Números (Bamidbar) pode, muito bem, ser lida como uma parábola. E é também um alerta para aqueles que se consideram sábios e entendidos e professam a não existência de Deus baseados na falta de provas materiais. Talvez por isso mesmo Jesus Cristo, como bom conhecer da história de Balaão e sua jumenta, diz: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado”.

Por mais conturbado que esteja o mundo, não há porque se desesperar. Nem tudo está perdido. O que nos resta é ler os sinais dos tempos, ainda que eles não venham da boca de cientistas e intelectuais, mas dos lábios da jumenta de Balaão.

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