Soma-se a tudo isso o fato de haver hoje uma disponibilidade maior de instrumentos de acessibilidade ao Poder Judiciário. Paracatu é um exemplo. A Comarca conta hoje com duas Faculdades de Direito que disponibilizam às pessoas hipossuficientes os seus Núcleos de Prática Jurídica, inclusive com atendimento itinerante, indo até aos bairros, praças e localidades distantes oferecendo atendimento jurídico gratuito. Conta ainda com os serviços prestados pela Assistência Judiciária Gratuita da Prefeitura, que atende dezenas de pessoas diariamente.
Evidencia-se que cresceu a demanda, mas o Estado não se estruturou administrativamente para atender com qualidade e celeridade os que o procuram .
No Poder Legislativo encontramos milhares de Projetos de Lei que estão encalhados. Muitos deles demoram anos a fio para serem aprovados e quando o são, muitas vezes até já perderam o objeto. A produção legislativa , em sua grande maioria é inerme e atrapalha mais que ajuda.
O Poder Executivo, por sua vez, por desconhecimento ou intencionalmente, atropela a própria legislação e não se preocupa em remunerar bem e capacitar seus agentes visando um atendimento qualificado.
Estas assertivas demonstram, em verdade, um desleixo do Estado, que desobedece à própria Constituição e não garante os direitos que estão previstos nela. A litigiosidade no nosso país cresce dia a dia, exigindo esforços por parte do número reduzido de juízes e servidores, que não conseguem dar conta da crescente demanda, não obstante as constantes reformas legislativas e a existência dos recursos tecnológicos disponíveis.
Assim, não é somente o Poder Judiciário que precisa de reforma. A morosidade é um mal que assola todo o arcabouço estatal.
