Até que enfim, Música!!!

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Não sou músico. Às vezes pego o violão e tento interpretar algumas músicas no meu limitado repertório. Sou de uma família de músicos e gosto de música. Da música verdadeira, para se ouvir, se deleitar. Quem entende o mínimo de teoria musical, sabe que a música é formada por uma tríade: Melodia, Harmonia e Ritmo. E quem teve o privilégio de conhecer os músicos paracatuenses Júlio Sapateiro, José Araújo, José Bambau, Zote André, Japão, Pé-de-Pato, Zenon, Jabi e tantos outros sabem do que eu estou dizendo. Por isso mesmo , alguns ruídos estranhos que se ouvem por aí, não podem ser classificados como música. Desdenham a melodia, ignoram a harmonia e atropelam o ritmo. E ainda estouram nossos tímpanos.
Levei até um susto quando ouvi a notícia de que o Maestro e Pianista Arthur Moreira Lima viria a Paracatu, trazendo o projeto “ Um piano pela Estrada em Minas Gerais”. Ultimamente não temos tido o prazer de ouvir música de boa qualidade nas rádios locais e muito menos nos shows que vêm a Paracatu. Logo imaginei que a praça estaria vazia e que poucos admiradores da música clássica compareceriam.
Ledo engano. Jovens, idosos, crianças, casais, ricos , pobres, sertanejos, urbanos, atleticanos e cruzeirenses, muitos compareceram a este evento memorável . Sempre achei que se existe algo que pode unir os povos e dar o tom da verdadeira democracia é a boa música. Só não imaginava que o som doce e harmonioso de um piano pudesse reunir tantas pessoas de classes diferentes no mesmo lugar.
Primeiro a Banda Lyra deu um verdadeiro show sob a batuta do maestro Zezinho. Depois o violonista Didi confirmou que em Paracatu temos músicos que não ficam a dever aos grandes nomes nacionais. Senti orgulho de ser paracatuense e aplaudi de pé.
Para coroar a noite, o maestro Arthur Moreira Lima premiou a comportada platéia de nossa cidade com um repertório primoroso: Bach, Mozart, Beethoven, Chopin, Liszt, Pixinguinha, Villa-Lobos, Ernesto Nazareth, Luiz Gonzaga, Astor Piazzola, terminando o concerto com a Grande Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro. A harmonia era perfeita com o casario ao redor: Casa de Cultura, Câmara, Museu, Igreja Matriz e outras.
Foi mesmo um momento ímpar para a cultura paracatuense. Jovens enamorados que sentavam à minha frente permaneceram por todo o tempo como que embevecidos com a magia do piano. Uma criança de mais ou menos dez anos de idade, deixou escapar , num misto de admiração e aprovação: – “Pai, você compra um piano pra mim?”. João, outra criança que ouvia as músicas com interesse , insistia em perguntar : “-Pai, pai, quem é esse Chopin?” Além de despertar emoção, a verdadeira música desperta interesse e transmite conhecimento.
Enfim, percebi que ainda resta um fio de esperança para o resgate da boa música e, ao final do concerto, tomado de emoção, ainda consegui emitir um grito de desabafo: BRAVO!BRAVÍSSIMO!

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