A seca que assola o município de Paracatu, em Minas Gerais, há exatos 39 dias, está deixando um rastro de prejuízos irreversíveis para os produtores rurais locais, especialmente aqueles que apostaram no cultivo de sorgo e milho segunda safra. Segundo relatos de João Luiz Pinton, um dos agricultores da região, as perspectivas são sombrias diante da falta de chuvas prolongada.
Pinton explica que os produtores que optaram por plantar mais cedo conseguiram mitigar os impactos da seca em suas colheitas, aproveitando uma janela de semeadura mais favorável. No entanto, mesmo para esses agricultores, as perdas ainda são significativas. Já para aqueles que decidiram plantar mais tarde, a situação é ainda mais crítica, com quebras de produtividade chegando a 80% para o milho e cerca de 20% para o sorgo.
“O milho que foi plantado primeiro deve ter uma perda em torno de 20%, enquanto o milho do tarde deve ter uma quebra de 80%. Tem produtor que vai ficar só com a palhada. Já o sorgo, quem plantou mais tarde, também deve ter uma quebra de cerca de 20% na média de produtividade”, afirmou Pinton.
Independentemente do momento de plantio, Pinton destaca que, ao analisar as perdas, os preços de venda dos grãos e os custos de produção, a equação financeira dos agricultores não fecha. A falta de chuvas compromete não apenas a quantidade, mas também a qualidade dos grãos, afetando diretamente a rentabilidade dos produtores.
Diante desse cenário desafiador, os agricultores de Paracatu enfrentam um dilema financeiro e operacional, buscando alternativas para minimizar os impactos da seca e garantir sua subsistência no setor agrícola.