Minas está prestes a aumentar sua lista de tesouros históricos protegidos. O conjunto de Paracatu, na Região Noroeste, está entre os oito bens culturais do país que passarão pelo crivo do Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para serem tombados ou registrados em nível federal. O núcleo antigo da cidade é composto de casarões nos estilos colonial, eclético, neoclássico, entre outros.
Os levantamentos, feitos pelo Iphan em parceria com a Secretaria de Cultura do município, catalogaram 230 casas na área, já inscrita provisoriamente no livro do tombo, para evitar danos no período de julgamento. A importância de Paracatu está diretamente ligada à era do ouro, o grande propulsor no processo de ocupação do interior do Brasil, um século e meio depois do início da colonização portuguesa.
Entre os fatores que impulsionaram o povoamento do interior da colônia estão a mineração e a pecuária. Em uma terra de proporções gigantescas e de população dispersa, como ocorria no Brasil nos primeiros dois séculos de ocupação, os transportes e as comunicações eram um desafio a vencer. é nesse contexto que o sítio de Paracatu se destaca, devido à localização estratégica. O município era ponto de convergência dos vários caminhos que ligavam o litoral, Minas Gerais e os sertões. Era o roteiro entre os primeiros achados de ouro em Minas e, mais tarde, nas terras de Goiás.
Paracatu também funcionou como pouso de tropeiros que buscavam o ouro em cidades goianas, como Vila Boa de Goyaz, Luziânia, Pirenópolis, Corumbá, Jaraguá e Pilar de Goiás.
Em Minas, também estão protegidos os centros históricos de Ouro Preto, Mariana, Congonhas, Diamantina e Serro (Região Central), São João del-Rei e Tiradentes (Campo das Vertentes), Cataguases (Zona da Mata), Sabará (Grande BH) e a Pampulha (na capital). “Paracatu tem um núcleo ainda bastante preservado e é um ponto importante na região, onde não há tombamentos próximo. Entendo que é um grande salto, além de retomar os processos em Minas, pois há algum tempo não temos conjuntos urbanos se agregando à lista do Iphan”, afirma o superintendente do órgão federal em Minas, Leonardo Barreto.
O levantamento dos bens culturais começou em meados de 2009 e, em outubro deste ano, na época do aniversário da cidade, o Iphan apresentou o dossiê. A secretária Municipal de Cultura, Marina Cunha, conta que está ansiosa pela última fase do processo. “Com o tombamento, espero mais consciência da comunidade. A cidade está sendo conhecida e reconhecida nacionalmente. O crédito para incentivar a restauração dos imóveis, pois muitos moradores não têm dinheiro para arcar com essa despesa, será facilitado, além da possibilidade de entrar no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas”, diz.
A decisão sairá durante a última reunião do conselho, quinta e sexta-feira. Além de Paracatu, serão avaliadas as propostas de tombamento de peças do patrimônio naval, como embarcações típicas do Maranhão, da Bahia, de Sergipe e do Rio Grande do Sul, assim como o acervo do Museu do Mar, em São Francisco do Sul (SC).
A boa notícia foi comunicada durante a última reunião do COMPHAP (Conselho do Patrimônio Histórico Artistico de Paracatu) pela Secretária de Cultura e Presidente do Conselho. "- O momento é marcante, estamos todos eufóricos e felizes com este momento, mas devemos lembrar que esse trabalho vem sido realizado por toda essa equipe que faço questão de agradecer." destacou Marina Cunha, se referindo à Equipe da Secretaria de Cultura e todos os membros do COMPHAP
Paracatu.net – Portal de notícias e informações – O primeiro do noroeste de minas
Acompanhe as últimas notícias e vídeos, além de tudo sobre esportes e entretenimento.