Com desfalque, aconteceu ontem (08/06) na Câmara Municipal de Paracatu, reunião para eleição do presidente e indicação do relator da CPI que vai investigar gastos do governo Olavo Condé (PSDB) com a pandemia do novo coronavírus.
A CPI foi instaurada atendendo a um pedido do Vereador Dênis Dantas (PDT) que teria recebido uma série de denúncias sobre irregularidades em compras e contratações de serviços sem licitação.
A Vereadora Marli Ribeiro (PSC), que está em tratamento médico contra a Covid-19, foi substituída pelo Professor Alex (DEM). Outra falta foi do vereador Denis Brasileiro (REPUBLICANOS), que alegou compromisso marcado anteriormente em seu trabalho na Policia Rodoviária Federal.
A sessão foi presidida inicialmente pelo vereador João Arcanjo (PSD) que, logo no início, disse que não tinha interesse em colocar seu nome para concorrer à presidência da CPI. O Vereador Paulo Pereira (PSDB), então, foi o único a se candidatar e foi eleito por unanimidade.
A suspeita pairou sobre o parlamento e a desconfiança em torno do seu nome foi imediata, já que ele tinha ligação com o governo passado, inclusive pelo fato de que Paulinho foi Secretário do Governo Condé e também um dos mais fiéis companheiros políticos do ex-prefeito, ora investigado. Mas, segundo ele, irá conduzir as investigações com transparência.
“-Quero deixar bem claro que a gente vai conduzir da melhor forma possível. O que tiver de errado tem que apontar sim e o que tiver certo é baixar a cabeça e falar que tá certo”, prometeu o vereador.
Paulo Pereira, de imediato nomeou Gilsão do Paracatuzinho (MDB), outro ligado a Olavo Condé para a relatoria da CPI. Gilsão foi líder de governo na Câmara durante administração passada, mas diante das críticas de possível favorecimento, o vereador disse que o que vai defender é o interesse da população.
“-Em momento nenhum serei omisso. As pessoas que fizeram alguma coisa de errado vão ter que pagar. Tá certo que a CPI não pune, ela mostra o caminho ao Ministério Público. Eu estou fazendo o meu papel que é representar o povo. Estamos falando de um problema muito sério que é o coronavírus, uma doença maldita que está matando. Então, nós não estamos aqui para aliviar a barra de ninguém. Estamos para resolver os problemas e ajudar a sociedade da melhor forma possível”, relatou Gilsão.
O Vereador Dênis Brasileiro, que era apontado como nome forte na condução dos trabalhos, argumentou que sua presença não faria diferença já que a formação do quadro para comandar a CPI estava traçada.
“-Como aconteceu em outros processos de escolha na Câmara, eu já sabia que não seria o escolhido para nenhuma dessas funções e que eu não teria como mudar o resultado que já se desenhava, então, eu optei por manter um compromisso que já tinha agendado e decidi não participar. Eu seria voto vencido e não compactuava com as ações que se iniciavam. A minha presença não alteraria em nada o resultado da eleição. Eu continuo sendo membro titular da CPI e vou buscar em todas as ações desenvolver um trabalho justo e que leve à população todos os esclarecimentos necessários e devidos com relação aos gastos com a pandemia no ano passado”, explicou Dênis Brasileiro.
A formação dessa comissão processante não tinha muitas opções. Isso porque, o vereador Dênis Dantas (PDT) não poderia concorrer às presidência e nem ser indicado à relatoria por ser o proponente da CPI DOS GASTOS DA COVID.
Além disso, Professor Alex e Nilda da Associação, substitutos dos vereadores Denis Brasileiro e Marli Ribeiro, não tinham direito a votar nem ser votados, e contribuíram apenas para formação de quórum, ou seja, nas condições regimentais de concorrer, sobraram os vereadores Paulo Pereira, João Arcanjo e Gilsão do Paracatuzinho.
Fonte: FM REPÓRTER
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