Em seu dia, professores paracatuenses falam sobre educação

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Quinze de outubro de 1827. Nesta data, o Imperador Dom Pedro I baixou o decreto imperial criador do Ensino Elementar no Brasil. Infelizmente, o documento – que declarava que todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras – não foi exatamente cumprido.

Anos mais tarde (precisamente em 1947), a partir de iniciativa do professor Salomão Becker, docente de uma pequena escola paulista, foi comemorado o dia do professor. Rapidamente, a idéia se espalhou por todo o país, sendo oficializada através de decreto federal em 1963.

De lá pra cá, muita coisa mudou na realidade educacional do país. Mais acessíveis, as escolas agora fazem parte do cotidiano de grande parte das crianças brasileiras, que em sua maioria freqüentam escolas públicas e dispõe de material gratuito fornecido pelo MEC.

Em contrapartida, a realidade do professor não acompanhou estes avanços. Com salários baixos e condições de trabalho precárias, os professores por vezes se vêem forçados a abandonar a carreira e procurar emprego em outras áreas.

Os que persistem na educação enfrentam uma sociedade diferente de antigamente – aonde a autoridade do professor era respeitada e o mestre era por vezes temido pelos alunos. Hoje, os professores fazem o possível para lecionar em escolas sitiadas pela violência urbana e são reféns de alunos muitas vezes envolvidos desde muito novos com o crime organizado e tráfico de drogas.

Além disso, o prestígio social do professor já não é o mesmo. Em países desenvolvidos, como Japão e Suécia, professores são considerados profissionais de mais alta importância, sendo sempre promovidos pelo governo – até através de propaganda – ao status de quase celebridade.

Importância sem importância

O professor Newton, que leciona no Ateliê da Educação e no Colégio Atenas, falou ao Paracatu.Net sobre sua profissão. “O papel do professor dentro de uma sociedade é importantíssimo. São pessoas que trocam e discutem idéias, e esta importância não está sendo dada”. Segundo Newton, que já tem mais de 20 anos de magistério, os professores vêm sempre lutando por melhorias de salário e condições de trabalho, o que é uma tarefa difícil “O governo em si, em todas suas esferas, não dá importância devida ao que é ser professor”.

Newton ainda comentou que educação é a base de tudo, o que inclui o progresso econômico, político e social de um país. “A educação sempre foi deixada de lado, e está precisando urgentemente ser olhada de outra forma. A escola pública hoje necessita de um aprimoramento. Não adianta ter um ProUni no ensino superior se não têm alunos que chegarão lá e ocuparão essa vaga. Os próximos governos precisam investir na educação básica, para que tenhamos uma educação superior de qualidade”, finalizou o professor.

Glewton de Sá é professor e vereador em Paracatu. Conhecido por sempre defender a classe na câmara municipal, Glewton saldou todos os professores: “São guerreiros que lutam pela manutenção e melhoria da educação e que levam o conhecimento a todos aqueles que necessitam”.

Perguntado sobre a importância dada ao professor no Brasil, Glewton foi incisivo “[A importância dada] É mínima, e isso é um absurdo e um abuso contra os jovens brasileiros. Somos formadores de opiniões, somos nós que levamos o conhecimento e sempre procuramos o fazer da melhor maneira possível. É uma pena que o crédito que nós temos mais é descrédito”

Superstar ou não, o papel do professor é incontestável. A figura do mestre que procura passar conhecimento e sabedoria é quase mítica, e quando damos uma segunda reflexão ao assunto notamos que sem um bom professor, não poderemos ter um bom aluno – e nunca haverá um bom Brasil.
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