Bacurau-do-São-Francisco, ave rara do Brasil, é flagrada em Paracatu

whatsapp-white sharing buttontelegram-white sharing buttonfacebook-white sharing buttontwitter-white sharing button
Pouco ainda se sabe sobre uma das aves tão exclusiva do Brasil que se concentra apenas em duas localidades ao longo do Rio São Francisco, nos estados da Bahia e Minas Gerais. Não por acaso, no nome a espécie carrega toda a imponência de sua moradia: bacurau-do-são-francisco (Nyctiprogne vielliardi).

Os registros dela são difíceis de serem feitos, porque, além da área limitada de ocorrência, esta é uma ave crepuscular, provavelmente noturna, que se distingue das outras da família pela ausência de marcas brancas nas asas ou caudas, algo que facilitaria a observação. Com apenas 19 centímetros, a espécie sai em busca de insetos durante a noite e, de dia, permanece dormindo no chão ou empoleirada

Se deparar com o improvável, porém, foi uma conquista (dupla) do biólogo Guilherme Alves Serpa. “Eu conheço essa espécie desde 2009 quando, em um trabalho de campo com dois ornitólogos renomados na Bahia, observamos alguns indivíduos sobrevoando o Rio Corrente ao anoitecer. Eu não tinha um equipamento fotográfico bom pra conseguir a foto e, naquela oportunidade, me disseram que era uma espécie rara e muito pouco conhecida”, ele conta. O registro ficou marcado na mente, mas vontade de fazer um flagrante fotográfico cresceu.

Mais de dez anos depois do primeiro encontro, em fevereiro deste ano, Guilherme estava realizando um trabalho de campo numa fazenda em Paracatu (MG) quando viu a espécie sobrevoando a mata e vocalizando. O canto dos bacuraus é um grito penetrante que se repete durante horas pela noite. “Tocamos playback e ele respondeu, então nos embrenhamos na mata atrás da vocalização, até que conseguimos visualizá-lo pousado entre tantos galhos”, descreve o observador.

Uma ave crepuscular, muito arisca e hábil em voo, pousada, paciente ao entardecer! “Achei inusitada, pois além de estar num local um tanto afastado do Rio São Francisco, só existia uma foto conhecida do bicho pousado no Wikiaves”, comentou Guilherme, se referindo ao maior banco brasileiro de dados de observação de aves.

Voando mais alto do que o bacurau-do-são-francisco, que após o registro histórico já abandonou o observador, está apenas a imaginação do próprio biólogo. Com essa conquista, após 10 anos, ele já mira em novos objetivos: “o crejoá, que pra mim é uma das aves mais belas do Brasil, além de ser raro. E, claro, o tietê-de-coroa, o Santo Graal das aves brasileiras”, responde com bom humor.

Fonte: EPTV / G1
XMCred Soluções Financeiras
whatsapp-white sharing buttontelegram-white sharing buttonfacebook-white sharing buttontwitter-white sharing button