Guerra pelo álcool em gel

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Adbel vivia sua rotina inalterável. Qualquer mudança no seu dia lhe causava dores de cabeça absurdas. E mais do que fazer uma alteração no seu dia, foi ver no jornal a atual situação do mundo. Com isso, teve uma enxaqueca das bravas. Ele já estava acostumado com algumas situações, como passar pelo lote abandonado que tinha no seu trajeto até o trabalho e ver o criador de mosquitos da dengue a céu aberto.
Mas o alarde sobre a pandemia mortal que pode matar mais rápido que o HIV e Gripe H1N1, foi que o deixou em colapso e o responsável em transformar sua noite de sono num pesadelo. Por mais que o vírus estivesse apenas como suspeito na cidade, já planejava tomar as precauções necessárias para o vírus não encontrar nem a sua pegada.
Com notícias e dicas que todos enviavam, mas não cumpriam, Adbel resolveu listar todas elas que foram recebidas no seu WhatsApp, para seguir passo a passo e se proteger do Covid-19. Medidas foram tomadas até o item dois: era necessário comprar um álcool em gel. A vendedora da farmácia, já cansada de repetir a mesma frase que não tinha mais esse tipo de álcool à disposição para vender, caiu pior que o próprio coronavírus nos seus poros.
Todos queriam estocar o máximo de álcool em gel e alimentos como se estivessem na terceira guerra mundial, fato que nem tem sua data marcada ainda.
Munido com a sua lista incompleta, foi até um amigo que estudou medicina. Olhos de desespero e com a voz trêmula, contou que seu plano infalível para não pegar a doença da moda falhou totalmente. Esperando o sermão do não dever cumprido, ouviu apenas o que precisava ouvir na orientação de que a solução não está apenas em passar álcool nas mãos. E mais importante que sentir o frescor da evaporação do álcool em gel nas mãos, era saber lavá-las corretamente com água e sabão.
Orientações dadas, chegou em casa mais aliviado e pronto para exercer seu aprendizado e repassar a corrente para outros amigos e parentes. Agora de forma correta, como deveria ter começado desde o princípio. Além do mais, começou a ter cautela com a absorção de seus recebidos no celular e com o que via e ouvia de pessoas alheias. Pois muitas vezes a repercussão pode matar mais que o vírus infiltrado na vítima.
Cláudio Oliveira – jornalista.

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