Os moradores afirmam que a empresa está realizando obras para aumentar a garagem da empresa e construindo sobre um terreno as margens do “Córrego Rico” em uma área que foi desapropriada pela prefeitura para construção do Parque Linear, financiado em partes pela Kinross.
“-Este terreno estava designado pela empresa Kinross a se transformar em um parque linear para diversão de familiares de moradores do bairro Arraial D’angola e áreas adjacentes, porém o que se vê no local é a empresa Expresso Planalto, autorizada não se sabe por quem a fechar a área para virar garagem de seus veículos e a população moradora do local fica de mãos atadas sem saber a quem procurar para reclamar.” Afirmou o morador Jefferson. “-Cadê os 17 vereadores da cidade? “ questionou.
Já outro morador, afirma que a área pertence a Associação de Funcionários do DER e que há um processo na justiça tentando reaver a área desapropriada – segundo ele – “de maneira irregular pela Prefeitura”.
Os moradores apresentaram mapas e fotos (abaixo) e afirmaram ainda que já denunciaram o fato através de oficio na Prefeitura e na Câmara, que alguns fiscais foram no local, tiraram fotos mas nenhuma providência foi tomada até o momento e dois meses depois a empresa recomeçou a construção às margens do córrego.
Disseram também que procuraram a empresa, mas que nem ao menos são atendidos pelos diretores, que “sempre estão em reunião”.
A nossa reportagem procurou insistentemente a direção da empresa para saber sobre a obra e na manhã desta terça-feira, conseguimos falar com a Sra Joelma, responsável pelo RH da empresa que não quis passar detalhes sobre a construção mas afirmou que a obra está regular e foi autorizada pela Prefeitura.
“-Não há nada Irregular, pois o município possui órgãos de fiscalização e eu já te adianto que se tivesse alguma coisa irregular, a obra estaria embargada. “Se a construção está seguindo, está tudo certo e regular,” afirmou a representante da empresa que não quis passar nenhuma informação adicional.
Enviamos também um e-mail para a empresa mas não tivemos retorno.
Sobre autorização para a obra, o administrador responsável pela obra, afirmou apenas que “muro não conta como obra” e que “não iria passar mais informações.”
Com relação ao material poluente resultante das atividades da empresa, jogados no córrego rico, como óleo lubrificante e outros, a empresa não quis se manifestar.
Fizemos contato com a Secretaria de Obras de Paracatu e fomos atendidos pelo novo Secretário de Obras, Gilberto Geraldo Borges – Betinho, que apesar de ter assumido a pasta oficialmente hoje (22/01), confirmou que “existe uma construção no local e que já enviou ofício à Secretaria de Meio Ambiente, para saber se a obra está invadindo área de APP.”
O Engenheiro da Secretaria de Obras, Sr. Ildeu Goulart, disse ainda que “está aguardando parecer e notificação da Secretaria de Meio Ambiente para verificar a área de APP (área de preservação ambiental). Essa resposta foi solicitada em caráter de urgência,” afirmou Ildeu.
Fotos: Ricardo Soares / Jefferson Martins / Arquivo Internet.
