A crescente preocupação com o meio ambiente, vem determinando a necessidade do consumo sustentável. É do conhecimento da sociedade que os recursos naturais são esgotáveis e, frente aos impactos sofridos ao longo dos anos, estão se encaminhando para a escassez.
Diante disso, é fundamental uma mudança de comportamento das pessoas em relação ao consumo.
A natureza vem dando indícios do que pode ser o futuro, se medidas eficazes não forem adotadas urgentemente, não só por parte do poder público e empresários, mas também pela sociedade.
Partindo do princípio que este planeta é o nosso grande lar, devemos planejar nossas ações para que elas não causem impactos negativos à sua sobrevivência.
O fato é que o capitalismo induz a sociedade ao consumo, como uma forma de impulsionar o desenvolvimento econômico, social e cultural. Como então, conseguir o equilíbrio entre o consumo e a sustentabilidade, diante da mídia que impõe a aquisição de bens e produtos como forma de ascensão social, bem-estar, felicidade e prazer?
Ou seja, para “ser” é preciso “ter”. Um equívoco notório, mas que a grande massa manipulada, não consegue perceber. É claro que não precisamos deixar de consumir, apenas mudar a forma de fazê-lo, tendo em vista que as ações antrópicas implicam em alterações do ecossistema.
Talvez o momento exige que os freios sejam acionados, diminuindo a velocidade para manter o percurso com segurança. Afinal, este 1º de agosto se tornou o “dia da sobrecarga da terra”. Nesses oito meses de 2018, já consumimos os recursos naturais de todo o ano. Retiramos mais do que o planeta consegue suportar ou recuperar. A partir de agora estaremos operando no vermelho.
Temos então, a opção do consumo sustentável como forma de reduzir o déficit causado ao patrimônio natural.
Não existe um modelo de consumo alternativo, mas podemos fazer escolhas conscientes, baseadas no exercício da cidadania, apoiando políticas públicas de controle e regulação, assim como favorecer empresas que adotem uma produção mais limpa e ecologicamente correta.
A sustentabilidade não está na contramão do desenvolvimento ou do consumo, ela busca formas de consumir sem degradar a natureza, visando sua preservação e capacidade de regeneração.
A cultura consumista plantada pelo capitalismo precisa ser revista pela sociedade, em prol de sua própria existência e para garantir uma vida digna para as gerações futuras.
* William Corrêa é Engenheiro Civil, Coordenador do Curso de Engenharia Civil da Faculdade FINOM e Mestrando em Sistema Ambientais Sustentável