Bispo Dom Jorge dá início ao “Ano do Laicato” na Diocese de Paracatu

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A Igreja Católica em todo o Brasil vai celebrar, no período de 26 de novembro de 2017 à 25 de novembro de 2018, o “Ano do Laicato” que terá o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”, conforme o Evangelho de Mateus, 5, 13-14.  Em Paracatu a solenidade de “Cristo Rei”, celebrada pelo Bispo Dom Jorge Alvez Bezerra, inaugurou o período que marca uma série de ações voltadas ao maior engajamento dos cristãos leigos da Igreja Católica.
O Ano do Laicato terá como objetivo geral “celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”, explica Dom Jorge Alvez Bezerra, Bispo da Diocese de Paracatu.
Segundo Dom Jorge, “há uma grande satisfação do laicato no serviço com a Igreja, sobretudo na sua intervenção e no seu testemunho dentro da sociedade, muitas vezes esquecidos ou pouco valorizados”, e já era um desejo seu, dar novo impulso, incentivo e estímulo a temática.
“-O Concílio Vaticano II há mais de 50 anos já destacava que a Igreja é o Povo de Deus, e o povo bem dotado de vocações, Ministério, Serviços e a Igreja quer animar toda a comunidade Cristã, para que cada leigo, cada cristão batizado, possa também se colocar à disposição de Jesus Cristo,” explicou.
O movimento pretende ainda “dinamizar  a integração de Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade e estimular a presença e a atuação dos cristãos” na Igreja e na Sociedade.
“-É preciso enxergar Deus que está presente no mundo, sobretudo no meio do seu povo, com muitos sinais, com muita realidade. Por isso que eu peço a Deus que todos os Cristãos, especialmente da nossa Diocese de Paracatu, possam somar junto com seus pastores, o Bispo, os Sacerdotes, o Diácono e juntos num só corpo e num só espírito possam anunciar Jesus Cristo com alegria, com convicção, com amor, com coragem, formando assim uma Igreja que seja rede de comunidades, todos unidos anunciando o Evangelho a toda criatura,” desejou o Bispo.
Questionado sobre a sua percepção da participação e o engajamento dos leigos na Diocese de Paracatu e como ele gostaria que fosse esse trabalho, o Bispo respondeu que seu desejo é que a participação do leigo seja cada vez maior.
“-Eu gostaria muito que a nossa Igreja fosse uma Igreja toda Ministerial, dotada de Ministério e serviços por toda a parte porque a responsabilidade da obra de Evangelização não é só dos pastores, mas fundamentalmente do povo de Deus que é chamado a ser fermento, sal e luz nas estruturas do mundo e especialmente dentro da nossa Igreja,” finalizou Dom Jorge.
Entenda o “Ano do Laicato”
O papel do Leigo na Igreja e na Sociedade
Dentro da comunidade eclesial os leigos são chamados a cumprir tarefas, como também os ordenados e consagrados. Cada um com sua missão, com direito de agir, testemunhar e animar a sociedade e a Igreja. Os diversos ministérios apontam o horizonte onde o leigo deve agir, seja na formação, nos serviços básicos da comunidade de fé, animando a liturgia, a catequese e os serviços eclesiais, círculos bíblicos, grupos de reflexão e outros, bem como o testemunho no serviço aos mais necessitados e carentes.
Para Dom Jorge, o papel dos leigos na Igreja é ser testemunho do Cristo ressuscitado onde moram, vivem e trabalham. Através do batismo, os leigos tornam-se membros efetivos no corpo da Igreja, onde Cristo é a cabeça. “É dever de cada batizado conhecer Jesus Cristo, viver seus sentimentos de amor e ajudar os mais necessitados a serem felizes e a todos se santificarem para a glória de Deus”.
Para a CNBB, essa grande missão dos leigos é colaborar na criação do mundo, aumentando a espécie humana feita à imagem e semelhança de Deus. É criar relações justas para que cada criatura possa viver com dignidade e justiça. Além disso, conhecer Jesus Cristo e segui-lo na fidelidade, na caridade, servindo aos semelhantes e colaborando com o desenvolvimento da sociedade. “Todo cristão batizado se torna filho da Igreja. A Igreja como mãe tem a missão de acolher os leigos e leigas para conhecer melhor as estruturas da sociedade. O cristão leigo, membro da Igreja, vive em profundidade os ensinamentos da doutrina da Igreja e cria condições para que o mundo seja o espaço agradável para se viver”, explica Dom Jorge.
Dentro desse contexto, entende-se que a missão do leigo é desenvolver relações saudáveis na sociedade, na política, na economia, na cultura, na educação e na saúde para proteger a dignidade humana.
Também pode-se dizer que ser leigo é ter uma vocação, ou seja, a vocação específica do leigo é ser cristão. É ser santo. É chamado a seguir Jesus Cristo na família, na Igreja e na sociedade através de uma profissão. “A profissão do leigo revela o seu modo de agir no mundo na busca da santidade.”
Uma missão revalorizada após o Concílio Vaticano II
Há quem diga que os leigos, após o Concílio Vaticano II, já não ficam mais em segundo plano, em comparação com religiosos, sacerdotes, bispos etc. Mas na avaliação de Dom Severino, o distanciamento entre o clero e o leigo ainda não está superado. “É preciso entender que o essencial é ser cristão, seja leigo, religioso, sacerdote ou bispo. Existem funções diferentes, distintas, mas a dignidade é a mesma para todos”, ressalta Dom Severino Clasen, presidente da Comissão Episcopal Especial da CNBB para o Ano do Laicato
Apesar disso, após o último Concílio, os leigos tiveram sua missão consideravelmente revalorizada, mas ainda não compreendida o suficientemente. “Existe ainda em muitos lugares uma mentalidade clericalista na cabeça da hierarquia e dos leigos, isso deve ser superado”, opina o bispo.
Dom Clasen conta que após a Assembleia Geral da CNBB de 2014, a intenção é contar com todos para aprofundar a missão dos leigos e leigas na Igreja e na sociedade. “Vamos quebrar paradigmas e somar forças para encurtar distâncias entre leigos e hierarquia. Juntos compreenderemos que todo o batizado se torna filho da Igreja. A Igreja é mãe, tem a missão de acolher a todos como filhos é o que diz o Papa Francisco. Busquemos assumir a nossa missão como filhos e juntos construamos uma Igreja santa, agradável, acolhedora e um mundo justo, fraterno e digno de se morar e viver para a glória de Deus.”
Dom Severino sugere que os grandes documentos da Igreja são importantíssimos, que se complementam, são momentos e ofertas de reflexão. “Eu acredito que devemos ter um olhar maior para todos os documentos, para que os leigos tenham acesso, porque estes documentos da Igreja são para todos os batizados. Que os cristãos leigos tenham a alegria de ajudar a propagar o Ano do Laicato, que todas sejam abençoados na sua vida familiar e profissional, que tenhamos um mundo favorável para todos”, finaliza.

Segundo o presidente da comissão, dom Severino, espera-se que este ano traga um legado para a Igreja missionária autêntica, com maior entusiasmo dos cristãos leigos e leigas na vida eclesial e também na busca da transformação da sociedade. “Eu acredito que se conseguirmos estimular a participação e presença efetiva dos cristãos leigos na sociedade provocando que aconteça a justiça e a paz, será um grande legado”, finalizou o bispo.

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