Apesar de já existir uma lei que favoreça a inserção das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, ainda existem poucas vagas para deficientes em várias cidades do Brasil. Sabe-se também que eles precisam de oportunidades para desenvolverem suas habilidades, por isso, os cursos de capacitação são um meio de inseri-los no ambiente profissional, qualificando-os para atuar em empresas de suas cidades. Felizmente, essa oportunidade chegou para alguns portadores de deficiência de Paracatu, que acabaram de se formar no curso de Aprendizagem Industrial em Assistente Administrativo, ministrado pelo Senai, com apoio da mineradora Kinross. Após um ano de curso, os alunos tiveram um grande evento de formatura, realizado no dia 1º de setembro, na sede da Câmara Municipal do município.
O curso de “Aprendizagem Industrial em Assistente Administrativo” foi formatado pela equipe da Kinross e do Senai, que desenvolveram o conteúdo programático para atender exclusivamente pessoas com deficiência, distribuído em 800 horas/aula, com duração de um ano. A turma foi formada por 19 alunos da APAE com deficiência intelectual e um cadeirante, que durante as aulas aprenderam sobre rotinas administrativas, organização de documentos e apoio logístico no ambiente de trabalho da empresa de acordo com normas e procedimentos técnicos de qualidade, segurança, higiene e saúde, além de aulas práticas no ambiente do Senai que simula uma empresa. Os alunos também eram contratados como Aprendizes durante todo o período do curso pela Kinross.
Aluno do curso, Robert Inácio Ferreira disse que essa foi uma experiência única, que mudou a sua vida. “As pessoas pensam que nós não temos capacidade, mas nós temos potencial e podemos mostrar isso para a população. Agora, meu desejo é que outras turmas se formem de novo, que essa oportunidade que vivi também chegue para meus colegas, que eles consigam realizar o sonho deles como eu consegui realizar o meu”, declarou. Indagado sobre a melhor parte do curso, Robert foi enfático: “o que mais gostei foi a disciplina de relações humanas, onde aprendi como você deve se comportar, como deve atender um cliente, o tipo de postura que tem que ter no trabalho, para que o cliente confie na gente e veja que nós somos capazes”.
“Independentemente de suas limitações físicas e intelectuais, essas pessoas podem ser capacitadas para atuar dentro de empresas e podem executar perfeitamente várias atividades. Durante esse um ano, comprovamos que o curso não só elevou a autoestima deles, como fez com que eles enxergassem que são capazes de ter um trabalho digno, ter um salário, melhorar de vida com o resultado do seu trabalho”, afirmou Luiza Fernandez, coordenadora do Programa Trabalho, Emprego e Renda da APAE de Paracatu.
Responsável pela área pedagógica do Senai, Solange Faria Maciel Biulchi afirma que a capacitação traz para esses jovens e adultos com deficiência uma segurança, sendo um ponto de partida para que eles exerçam uma profissão e dê início à sua carreira profissional. “Todo o curso foi preparado para que eles aprendessem sobre diversas atividades que fazem parte de uma rotina administrativa. A partir de agora, eles estão capacitados para atuar em qualquer empresa que ofereça uma oportunidade e que saiba da importância de promover a inclusão”, disse.
Como idealizadora e apoiadora do projeto, a mineradora Kinross, sabe da importância de promover a inclusão. Atualmente ela é uma das empresas que já tem no seu quadro de funcionários, jovens com deficiência que são alunos da APAE. “As pessoas com deficiência estão aptas a cumprir várias atividades dentro de uma empresa e a capacitação é uma forma de promover a empregabilidade dessas pessoas. Percebemos a necessidade da cidade de ter um curso voltado para esses jovens e adultos com deficiência e ficamos muito felizes com o resultado. Na formatura vimos no rosto de cada um deles e a expressão de alegria e agradecimento”, disse Alexsandra Scoralick, Chefe de Desenvolvimento Organizacional da empresa.
Fonte: Fran Dornelas / Ideia Comunicação Empresarial
