Foi realizada na tarde desta terça-feira (01/12), uma audiência pública que teve como tema principal a segurança nas barragens de rejeitos construídas no município e a sensação de insegurança da comunidade, principalmente depois dos últimos acontecimentos na cidade de Mariana (MG), que teve distritos destruídos após o rompimento de uma de suas barragens.
Representantes da empresa apresentaram relatórios e fotos das barragens da Kinross, porém a baixa qualidade do equipamento de vídeo (Datashow) da Câmara não permitiu a visualização do material pela comunidade e pelos vereadores. A Kinross afirma que os slides e as fotos estão a disposição da comunidade.
“-O Brasil tem uma legislação muito robusta com relação a barragem de rejeitos, e podemos dizer que garante segurança para a comunidade e além das leis, existem portarias de agências reguladoras que impõe uma série de exigências para as empresas empreendedoras.” Garantiu Leonardo Padula, Gerente das barragens da Mineradora Kinross.
Padula disse que o monitoramentos são feitos pela empresa e auditados por profissionais contratados. “-Nós temos entre 125 e 171 instrumentos de monitoramento e segurança nas barragens da Kinross e o acompanhamento é feito por profissionais externos e esta prática garante ainda mais a qualidade do trabalho, a informação que estamos passando e a segurança da comunidade.” Disse Padula que ao final da sua exposição garantiu a segurança através de documentos, laudos e histórico da empresa.
“-É possível provar que a Kinross cumpre com todos as exigências de segurança em barragens e o histórico de avaliação confirma a estabilidade da estrutura, ou seja, as barragens Eustáquio e Santo Antonio são seguras.” Finalizou.
Alessandro Nepomuceno, Diretor de Licenciamento e Sustentabilidade de Kinross apresentou a sequencia de planejamentos hipotéticos para serem utilizados em caso de acidentes com as barragens. “-O Plano de emergência foi construído com base em legislação federal e tem aspectos muitos importantes. Apesar de comprovarmos que a barragem é extremamente segura, esse plano é muito importante pra nós como conceito e até pelos valores da Kinross junto à comunidade.” Explicou o executivo da Mineradora apresentando o plano de emergência que inclui até uma possível evacuação das comunidades próximas às barragens.
O Vereador João Macêdo (DEM), explicou os motivos que o levaram a propor a audiência pública e impetrar a ação civil no Ministério Público de Minas Gerais. “-Eu levantei a bandeira da insegurança porque esse é o sentimento que eu tenho percebido na comunidade, e que também tenho acompanhado por vários vereadores desta casa. Entendo e respeito o suporte financeiro que a Kinross proporciona à cidade, a geração de empregos, mas eu tenho que colocar acima disso é o dom da vida, que tem muito mais valor do que qualquer outra riqueza.” Afirmou Macêdo.
Ao final, o parlamentar apresentou um vídeo com imagens da recente tragédia ocorrida em Mariana, matérias de jornais e TVs veiculados em todo o Brasil.
O representante do Ministério Público de Minas Gerais, Dr. Paulo Campo Chaves, explicou aos presentes que “a função do Ministério Público é verificar se a legislação está sendo atendida” e que tem atuado com base nas informações e nos documentos que tem à sua disposição. “-Nós não dispomos de conhecimento técnico para avaliar se a barragem está segura, o que eu posso dizer é que as barragens foram auditadas em 2014 e foram consideradas seguras pelos órgãos competentes.” Explicou o Promotor que também questionou o comportamento da população. “-Infelizmente a sociedade é paradoxal porque todo mundo quer falar ao celular mas ninguém quer ter uma antena de celular na sua casa.”
