O Crer e o Saber para o homem contemporâneo

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A complexidade do mundo contemporâneo desperta para a necessidade de uma profunda reflexão. Toda perspectiva reflexiva nasce da perplexidade e, neste caso, pode-se afirmar que o homem moderno se defronta com uma realidade a qual não é capaz de compreender de imediato. Há, entretanto, a necessidade de meios que medeiam a interação entre o humano e o meio e possibilitem a compreensão mais clara do que está à sua volta.
Atualmente, não obstante exista grande interesse pela compreensão da verdade em suas diversas manifestações, tanto no campo do conhecimento vulgar, quanto empírico ou filosófico, para muitos, é inconcebível a complementariedade entre as verdades de fé e uma concepção racional de mundo. Para estes, há que se conceber uma razão sem fé e uma fé irracional, como se isso fosse possível.
Entretanto, é crescente o interesse em se criar espaços de diálogo onde se discuta temas como razão, religião e contemporaneidade. Proposta que surge em boa hora, uma vez que o homem hodierno redescobre o valor da dialética e da compreensão relacional, mesmo quando se trata de temas aparentemente conflitantes.
Hoje, mais que nunca, a informação é um dos maiores valores que o homem pode construir. O esforço dos intelectuais, pesquisadores e acadêmicos que, subsidiados pela razão, elaboram múltiplas leituras de mundo, coaduna na construção de um novo paradigma de compreensão da modernidade. A práxis referente aos mais diversos campos e possibilidades da intelectualidade humana acontece em larga escala. Na atualidade, mais que em qualquer outro momento histórico, evidencia-se a valorização da possibilidade gnosiológica do homem. O domínio da razão tornou-se o requisito necessário para a manutenção da vida. O homem atual é um ser vislumbrado pela verdade. Sua natureza se revela na busca incansável pelo conhecimento – característica que acompanha a humanidade desde os seus primórdios e que agora se manifesta de forma mais evidente. O antropólogo Edvino Rabuske afirma que “a nossa época é dominada pelas ciências. Isso torna compreensível a tendência de responder a qualquer pergunta com os recursos da ciência”. A modernidade fez do homem um incansável caçador da verdade. Por outro lado, a conjuntura atual mostra-se extremamente dualista, uma vez que, em primeiro lugar, o homem não possui uma ideia tão clara de si mesmo e, por outro lado, “nenhuma época teve noções tão variadas e numerosas sobre o homem como a atual… mas também é verdade que nenhuma época soube menos que a nossa o que é o homem”, como afirma o filósofo Immanuel Kant.
É verdade, todavia, que, ao longo da história da humanidade, algumas culturas foram marcadas por forte resistência ou até mesmo se propuseram abandonar o problema da fé. Por diversos meios, muitos empunharam as bandeiras do ceticismo e do niilismo, não foram capazes, no entanto, de eliminar ou subjugar as convicções religiosas que nunca deixaram de ser significativas, tanto do ponto de vista da compreensão teórica quanto do direcionamento de valores essenciais para a convivência em sociedade. Contudo, a fé exerce verdadeiro fascínio sobre o homem moderno, que, além de buscar respostas para suas inquietações pela via da razão, o faz, ao mesmo tempo, pelo princípio da crença. Desta feita, o homem dos dais atuais pode ser definido como um ser religioso, pois a dimensão da fé é, na verdade, intrínseca à sua existência, uma vez que continua fazendo parte do seu ideário existencial.
 

* Mestre em Ciência da Religião pela PUC Minas. Especialista em Pedagogia Empresarial pela FINOM. Licenciado em Filosofia pela PUC Minas. Atualmente é Diretor Acadêmico da FINOM.

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