Desfecho trágico para o caso dos jovens desaparecidos em Luziânia

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Os corpos dos seis jovens mortos em Luziânia, Goiás, devem ser reconhecidos nesta segunda-feira por parentes. Se houver dúvidas, a polícia poderá recorrer a exames de DNA. O caso do desaparecimento dos garotos, todos moradores de um mesmo bairro, o Estrela D'Alva, num prazo inferior a um mês foi solucionado neste fim de semana com a prisão do pedreiro Admar Jesus da Silva, de 40 anos. Admar confessou os crimes. Neste domingo, ele foi transferido para Goiânia.

Admar de Jesus, que segundo a polícia é o serial killer goiano que matou seis jovens entre 13 e 19 anos, era um homem discreto e gentil com vizinhos, mas apesar de ter hábitos insuspeitos, matava sem piedade. Laudo psiquiátrico divulgado pela polícia revela que o pedreiro de 40 anos é um psicopata com "grave distúrbio" e uma pessoa "perigosa" que deveria ser mantida "isolada do convívio social".

Quando o laudo foi feito, em agosto de 2009, ele havia cumprido quatro anos da pena de 12 anos no presídio da Papuda, à qual foi condenado por violência sexual contra menores em Brasília. Mesmo assim, foi libertado em 23 de dezembro porque, segundo avaliação do Juizado de Instrução Penal, já havia cumprido um terço da pena e tinha direito à progressão de regime. Estava na primeira semana da liberdade condicional quando, em 30 de dezembro, fez sua primeira vítima, Diego Alves Rodrigues, de 13 anos. A seguir vieram Paulo Victor Vieira de Lima (16), George Rabelo dos Santos (17), Divino Luiz Lopes da Silva (16), Flávio Augusto dos Santos (14) e Márcio Luiz de Souza Lopes (19), o único maior de idade, todos assassinados entre os dias 4 e 23 de janeiro.

Em comum entre as vítimas havia o fato de não terem passagem pela polícia e serem todas pobres, moradoras do mesmo bairro, Estrela Dalva, o mais populoso de Luziânia, cidade goiana a 60 quilômetros de Brasília. A polícia apurou que Admar atraía os meninos com proposta de dinheiro.

Em adiantada decomposição, os corpos dos seis meninos foram retirados neste fim de semana com a indicação do local pelo próprio assassino. Eles estavam enterrados em covas rasas. Há sinais de que foram mortos a pauladas e a polícia trabalha com a possibilidade de que haja um ou mais cúmplices nas execuções.

– É horrível saber que ele não vai voltar mais pra casa – revela Aldenira, mãe de Diego Alves Rodrigues, de 13 anos, o primeiro garoto a desaparecer.

A seguir sumiram Paulo Victor V.A. Lima, de 16 anos (no dia 4 de janeiro), George Rabelo dos Santos, de 17 anos (no dia 10 de janeiro), Divino Luiz Lopes, de 16 anos (no dia 13 de janeiro) e Flávio A. Fernandes, 14 anos (no dia 18 de janeiro). O último a desaparecer foi Márcio Luiz de Souza Lopes, um ajudande de serralheiro de 19 anos, único maior de idade do grupo, no dia 23 de janeiro.

– A gente imaginou que Luziânia inteira ia fazer uma festa. E não um velório – conta Lúcia Maria de Souza Lopes, irmã de Márcio.

Os garotos desapareceram entre dezembro e janeiro. Em fevereiro, o secretário de Segurança Pública do estado recusou a ajuda da Polícia Federal nas investigações. A Polícia Federal só entrou no caso depois que a repercussão aumentou e após as intervenções do então ministro da Justiça, Tarso Genro, e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Colaboração: VANNILDO MENDES
XMCred Soluções Financeiras
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