A prisão faz parte da 4ª fase da Operação Carreto, que até o momento já indiciou 20 pessoas envolvidas no esquema, dentre elas 2 grandes pecuaristas da região e um servidor da justiça que passava informações sigilosas sobre mandados e sobre a investigações aos membros da quadrilha.
De acordo com os delegados Edson Rogério de Morais, Marcelo Norões e Anderson Rosa, que coordenam as investigações, estima-se que o grupo seja responsável pelo furto e roubo de mais de 500 animais, somente neste ano.
As investigações mostraram que a quadrilha agia de forma organizada na zona rural e tinha condições de logística e transporte para até 200 animais de uma só vez. Os integrantes obtinham informações privilegiadas de pessoas que trabalhavam nas propriedades das vítimas ou por meio de olheiros e pessoas simples que se passavam por pescadores por moradores da região e colhiam as informações para o planejamento.
Em alguns casos os bandidos chegavam armados nas propriedades e anunciavam o assalto. Enquanto todas as vítimas eram imobilizadas e amordaçadas, o gado roubado era embarcado e transportado em um caminhão.
Durante entrevista coletiva concedida na tarde desta quarta-feira, o delegado regional Edson Morais explicou a maneira como a organização criminosa estruturava suas ações. “-Eles agregavam toda a cadeia de ações, desde o roubo dos animais, o transporte, até sua receptação. Havia no grupo pessoas com alto poder aquisitivo, integrantes proprietários de caminhões preparados para o transporte do gado entre fazendas. Um dos autores, inclusive, foi preso ao sair do seus apartamentos de luxo.” salientou.
Durante a operação, foram presas 14 pessoas em flagrante ou por meio de mandados de prisão. Além disso, foram apreendidas armas de fogo, drogas e diversos produtos agrícolas.
O ex-delegado Nilton de Araújo Silva, preso em João Pinheiro, foi demitido da Polícia Civil em 2005 devido a inquéritos administrativos na época. As investigações continuam a fim de identificar outros envolvidos.
Fotos: arquivo PC
