Governo politicamente isolado?

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            A política é feita de paradoxos. Pode até não ser tão grande coisa, mas, em termos de desempenho, o atual vem sendo o melhor momento do governo do prefeito de Paracatu, Olavo Condé, do PSDB. Contraditoriamente, a sua base de sustentação na Câmara, que já contou com onze vereadores solidamente alinhados, tipo “tô contigo e não abro”, já não está tão governista assim. No dia 23/02, o governo apanhou mais que Judas em sábado de aleluia naquela Casa. E não apareceu vivalma que desse um pio que seja em defesa do prefeito e sua administração.

             Até uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) está caminhando para a sua instalação. Ela foi requerida por sete vereadores (um a mais que o mínimo necessário). E tem entre os requerentes João Batista dos Santos, o Joãozinho Contador, do PSDB, mesmo partido do prefeito;  Camilo Andrade, o Cabo Camilo, do PDT; e Marlon Gouveia, do PHS –  governistas de carteirinha até pouco tempo atrás. Os demais signatários da proposta são Glewton de Sá (PROS), Osvaldinho da Capoeira e Eloísa Cunha (PMDB) e  Rosival Araújo (PT). Completando o paradoxo,  Ragos Oliveira (PT), que discursou contra o PSDB a vida inteira, supostamente por agora estar sendo apoiado pelo governo tucano de Olavo Condé em seus projetos de habitação popular, não havia assinado o requerimento. No geral, ninguém tentou dissuadir os colegas da intenção de instalação da CPI que, como se sabe, sempre  traz aborrecimentos mil para qualquer administração pública.

     Na mesma sessão, Osvaldinho da Capoeira também  vergastou o governo por, segundo ele, ser omisso na questão social: entidades assistenciais que atuam no município estão deixando, há meses,  de receber recursos financeiros estaduais e federais, que são repassados via Prefeitura.  Isso sem que o governo, que está envolvido no processo e sabe das carências que as camadas mais sofridas da sociedade enfrentam, desate ou ajude a desatar o nó. O governo municipal contestou a informação via rádio.  Osvaldinho devolveu com novas pernadas e golpes como aqueles de capoeira, que costumam jogar o adversário no chão. E nada de alguém assumir a defesa do Paço Municipal que, antes, era uma fortaleza inexpugnável.

     Na primeira sessão da Câmara deste ano, o vereador João Macedo, do DEM, o mais antigo e experiente da Casa, alertou os colegas quanto a uma realidade política e eleitoral: o terceiro ano de cada legislatura é o mais crucial para quem deseja renovar o mandato parlamentar. Coincidência ou não, parece que os vereadores que pretendem continuar na Casa sentem que a aceitação popular do prefeito Olavo Condé e sua administração não está boa. Continuar alinhado a ele e a ela em ano pré-eleitoral, assim, pode ser um “abraço de afogado” ou “abraçar um cacto”, arbusto que não dá folha, não dá sombras e que, ainda por cima, arranha impiedosamente quem o abraça. Será?

Do Toco do Pecado – Comentários de Florival Ferreira

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