Archanjo e a verdadeira política

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          Coube ao vereador João Archanjo Mendes Santiago (SD), presidente da Câmara de Paracatu, que não é tido como um erudito, proferir um dos mais lúcidos e inteligentes discursos sobre o verdadeiro sentido da política, coisa que  anda meio esquecida no meio hoje em dia. Na sessão que marcou o reinício aos trabalhos legislativos deste ano, ele falou de ideais, linhas e posições que adotará e fará observar à frente daquela Casa: independência e soberania daquele poder, compromisso inarredável com os interesses maiores da coletividade e exigência de respeito ao Legislativo que, assim, e só assim, poderá cumprir com altivez a sua missão político-filosófica e constitucional –  o óbvio, direis amigo  internauta, mas não tem sido assim.

          Archanjo disse que trabalhará para que a população seja conscientizada da importância da Casa, que, afinal, é de todos, eliminando o conceito errôneo de muitos eleitores de que vereador só serve para pagar suas contas particulares e arrumar empregos para apadrinhados. Frisou que não admitirá que os parlamentares sejam chamados de moleques e desrespeitados no exercício do seu mandato, como fizeram manifestantes da Polícia Militar que foram àquele plenário, hostilizaram e deram as costas ao vereador Ragos Oliveira (PT). E ressaltou que, como presidente, adotará postura apartidária, tratando com igualdade cada parlamentar, não importa se de partido situacionista ou oposicionista.

          Montesquieu, no seu livro “O Espírito das Leis”, defende a tripartição dos poderes, vendo na harmonia, na independência e na interdependência entre eles a melhor forma de construção do bem coletivo, objetivo de todo poder, segundo reza a Teoria Geral do Estado. Na antiguidade grega, definiu-se que, para sempre, a política e os políticos deveriam estar a serviço da felicidade do homem. No entanto, o que se vê hoje em dia é a supremacia do Executivo, os interesses pessoais e partidários, muitos deles inconfessáveis, falando mais alto que o bem coletivo, a troca de favores, o clientelismo e as práticas espúrias ditando a natureza das relações entre os poderes e seus eventuais ocupantes.

          Se o presidente João Archanjo vai conseguir reverter essa prática nefasta ou não é outra história. Porém, é certo que ele, apesar de sua humildade, está falando sobre a verdadeira política, acendendo uma luz e pregando uma prática em desuso, porém recomendada até pela Bíblia (evangelho de Mateus): “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa. Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus”.     

Do Toco do Pecado – Comentários de Florival Ferreira

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