Ex-Prefeito Arquimedes é acusado de ser o mandante do assassinato de Eustáquio Porto Botelho

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A Polícia Civil apresentou na manhã desta segunda-feira (15) a conclusão de um caso ocorrido em 1995, e que estava prestes a ser prescrito, já que isso acontece em 20 anos e, no ano que vem, se completaria este prazo.

O ex-prefeito Antônio Arquimedes Borges de Oliveira foi acusado de envolvimento na morte de um funcionário da Coopervap (Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu Ltda). O crime ocorreu em 1995 e seria uma queima de arquivo, segundo as investigações.

A vítima, Eustáquio Porto Botelho, denunciou na um esquema de fraude milionária de adulteração do leite e de fiscalização do produto. De acordo ainda com a polícia, uma empresa de nome Sonata foi criada em Brasília e tinha como sócio fictício Antônio Arquimedes de Oliveira.

A firma recebia a produção de leite da Coopervap, sendo que o lucro era aplicado em investimentos financeiros e, depois de 15 dias, o dinheiro era devolvido ao caixa da cooperativa sem a capitalização dos juros.

A trama criminosa envolveu políticos e Eustáquio Porto Botelho chegou a denunciar o crime mas acabou sendo demitido da Coopervap. Entretanto, a vítima acionou a Justiça para retornar ao trabalho e consegui estabilidade no emprego.

As investigações se prolongaram por 19 anos e a polícia descobriu que, além Antônio Arquimedes e Oliveira, outras duas pessoas estavam ligadas à queima de arquivo.

O político é o mandante do crime o contratou "Moisés do São Domingos" ou "Jagunço", João Luiz Santana Simão e Eurípedes Gomes dos Santos para matar o homem. A vítima foi morta próximo a Paracatu e teve o corpo ocultado.

Na época do homicídio, Moisés era assaltante de banco em São Paulo e fugiu para Paracatu, onde conheceu Oliveira e virou cabo eleitoral do ex-prefeito do município. Somente Eurípedes ainda está vivo, de acordo com a Polícia Civil. O crime foi denunciado pelo Ministério Público em 22 de outubro deste ano e Antônio Arquimedes ainda é acusado de ameaçar de morte uma delegada do Ministério do Trabalho.

Como foi o crime, segundo a acusação

O crime aconteceu no dia 15 de setembro, quando três homens, supostamente a mando de Arquimedes, prepararam uma emboscada para a vítima. Os três “capatazes” esperaram Eustáquio na entrada da cidade, na BR-040, o retiraram do carro em que estava e o executaram com três tiros. Depois, jogaram o corpo em uma chácara, a dois quilômetros de distância do local do crime, e colocaram um revólver na mão esquerda da vítima, na tentativa de simular um suicídio.

A investigação do caso pela delegacia local não foi para a frente. Foi por isso o Ministério Público de Minas Gerais resolveu denunciar o caso, que passou a ser investigado pelo Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa em 2011.

Arquimedes nunca chegou a ser preso, mas um dos acusados, que teria sido a pessoa que atirou em Eustáquio, e que tinha o apelido de “Jagunço”, chegou a ser detido na época. No entanto, a polícia conseguiu interceptar uma carta dele para Arquimedes, na ocasião, em que ele dizia “me salve, por favor, ou então vou abrir o bico”. Pouco depois ele conseguiu sair da prisão e nunca mais foi preso. Mas morreu anos depois em Brasília, de causas naturais, segundo a polícia. Outro capataz também morreu neste período, e somente Eurípides Gomes dos Santos, o terceiro capataz, aguarda julgamento no banco dos réus.

O ex-prefeito aguarda o julgamento em liberdade, e foi indiciado por homicídio. Ainda segundo o delegado, ele também estaria envolvido na chacina de Unaí.

Direito de resposta

Para o advogado do ex-prefeito, Cézar Alberto Bittencourt, as acusações são por causa de uma perseguição política e foram feitas em meio as eleições de 2014 para prejudicar a candidatura de seu cliente. "Tudo isso é uma mentira, não há prova nenhuma contra o Arquimedes. Na folha 13 deste inquérito, a vítima detalha nomes de outras pessoas e o nome do meu cliente não aparece em momento nenhum. Ele não teve mandado de prisão expedido e essas acusações são caluniosas", disse.

Ainda na manhã desta terç-feira (16) publicaremos a resposta do Ex-Prefeito Arquimedes e a nota do seu Advogado Cezar Bittencout.

 

Fonte: Estado de Minas / Jornal O Tempo
Jonny Cazeta / Juliana Baeta

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