Festa de Formatura da Medicina vira caso de polícia em Paracatu

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Às vésperas da formatura, uma turma de medicina de Paracatu, no noroeste do estado, foi surpreendida com a informação de que a empresa contratada para gerenciar as celebrações não havia repassado o dinheiro para os fornecedores.

-"Nós estamos desesperados, fizemos Boletim de Ocorrência e tentamos contato com a empresa responsável pela assessoria de evento, porém não tinha muito o que fazer, porque ela relatou que não tinha o dinheiro", disse a formanda Florence Dias Moreira.

O planejamento da comissão de formatura começou há três anos e previa quatro dias de festa, com início na quarta-feira (10). Um jantar com os pais dos formandos para iniciar as celebrações no primeiro dia, seguido por uma missa nesta quinta-feira (11), a colação na sexta (12) e o baile no sábado (13). Com a mobilização de pais, professores e até mesmo de alguns fornecedores, os formandos conseguiram promover nesta semana, de modo improvisado, o jantar e a missa.

-“Na terça-feira (9) vimos que faltava parte do pagamento para os prestadores de serviços, como estrutura, decoração, buffet… E aí que percebemos que ela desviou o dinheiro. Juntamos pais e alunos para tentar ratear R$ 550 mil, que é o que está faltando. Nós estamos tentando fazer promissórias e arrecadar esse dinheiro. Muita gente se mobilizou, inclusive professores e ex-alunos estão nos ajudando”, contou Vinícius Guimarães Amaral, que está à frente da nova negociação.

A responsável pela empresa contratada, informou que a empresa está passando por dificuldades e que cedeu documentos de bens como forma de garantia. “Tivemos problemas com eventos realizados no último ano. Para resolver isso tentei fazer um aporte, porém não consegui. Para honrar a situação continuo ajudando na festa e deixei documentos de bens meus com a comissão para poder realizar o evento agora e eu fazer o acerto com eles no futuro”, informou.

A comissão de formatura disse que há três anos está programando as comemorações e que chegou a ir em festas realizadas pela contratante antes de escolher a assessoria de eventos. A empresa tem mais de 20 anos de tradição em Brasília. De acordo com Vinícius Guimarães, foram repassados R$ 1,6 milhões por 105 alunos para a empresa. Segundo ele, R$ 550 mil não foram pagos para prestadores de serviços responsáveis por serviços como buffet, decoração e estrutura.

A formanda Florence disse à reportagem do portal Globo.com que o proprietário da empresa que montaria a estrutura da festa informou que apenas uma parcela do pagamento foi repassada e que aguardaria o depósito do restante. "Como eles não receberam o valor, eles começaram a desmontar a estrutura e disseram que teríamos que ratear o valor para ter o serviço", contou.

O buffet está entre os serviços que não foram pagos. Segundo o empresário Waldemir Ribeiro, faltam R$ 140 mil para receber. Na quarta-feira, durante o jantar em local improvisado, Waldemir ofereceu o serviço e, segundo ele, fez tudo o que foi fechado. “Eu vou cumprir com o combinado. É muito triste olhar nos rostos desses formandos e ver muitos com os olhos cheios de água. Me senti como um pai, eles merecem realizar a festa que planejaram e toda minha estrutura está pronta. Amanhã vão chegar 200 garçons que eu também já paguei”, comentou.

O responsável pelo revestimento, cenografia e forração, Vinícius Corrêa, comentou que apenas 50% do combinado foi pago pela empresa. “Há duas semanas começaram os atrasos nos pagamentos. Foi difícil negociar, porque já era pra termos recebido o valor, mas a minha parte já está pronta e desde o início eu quis abraçar o evento. Eu prefiro ficar na turma do ‘vamos realizar a festa’”, disse.

A empresa que cuida da montagem da estrutura, que é de Goiânia, foi quem alertou os alunos sobre o problema. De acordo com a gerente Virginia Vieira, oito caminhões carregados de estrutura foram para Paracatu. “Desde a saída do primeiro caminhão, no início da semana, não tínhamos recebido nenhum real. O contrato era de R$ 305 mil e fomos nós que avisamos a comissão do que estava acontecendo e nós os alertamos para entrar em contato com outros fornecedores e foi aí que eles descobriram”, comentou.

Segundo Virgínia, a melhor solução seria dividir os valores entre os alunos e fazer a festa acontecer. “Os pais começaram a me ligar e a solução que eu dei foi essa. Dividir R$ 163 mil, que é o que falta, para a festa acontecer. Se não honrarem, o evento não acontece”, comentou.

Segundo a responsável pela empresa contratada para administrar a formatura diz que a situação não foi intencional. “Eu não quis lesar ninguém, tanto que vim ajudar na festa e vou honrar. Eu achei que conseguiria resolver em tempo hábil. Eu tenho uma carreira de 21 anos e sempre realizei meu trabalho acima do que as pessoas esperavam”, finalizou.

Segundo uma formanda que fez contato com a reportagem do Paracatu.Net, “A empresa ANA LÚCIA EVENTOS de Brasília/DF recebeu um montante no valor de aproximadamente dois milhões dos alunos.”
 

Fotos e Informações: Paracatu.Net /  Florence Dias-Arquivo / Maritza Borges – G1
XMCred Soluções Financeiras
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