Transferência de votos ainda existe?

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          Passado o frenesi das eleições 2014, embora ainda esteja em aberto o segundo turno do embate presidencial, é o momento de se perguntar: que influência tiveram as lideranças locais e regionais nas contendas estadual e federal? Parece que, nas chamadas eleições proporcionais, até que sim;  mas, nas disputas  majoritárias, praticamente nenhuma. Aécio Neves, do PSDB, venceu a corrida presidencial  ao obter em Paracatu 40,83% (18.816) dos votos válidos, contra  39,78% (ou 18.834) concedidos a Dilma Roussef, do PT. Estava previsto.  No embate estadual, Fernando Pimentel, do PT, ao abiscoitar  23.301 sufrágios em Paracatu do  Príncipe,  ficou com  uma dianteira, igualmente prevista,  de 14%  sobre Pimenta da Veiga, do PSDB, que teve que se contentar com 17.369 (41,45%).

            Mas, será que o desempenho dos postulantes aos governos federal e estadual decorreu do apoio dos líderes locais? Parece que não, ainda que, por motivos óbvios, as lideranças aborígenes digam que sim. O ex-prefeito Vasco Praça Filho, por exemplo, que está desconfortável no PMDB, apoiou, à revelia do seu partido, as candidaturas de Marcos Montes, do PSD, que conquistou aqui apenas 555 votos para deputado federal, e Inácio Franco, do PV, o seu ungido estadual, que levou 1.096 sufrágios. Por que Vasquinho não deu a eles, pelo menos, os 8.890 votos obtidos/transferidos ao seu candidato à sua sucessão na disputa pela Prefeitura de Paracatu, Edmundo de Sá, nas eleições municipais de 2012, e que já foram insuficientes?

            O prefeito Olavo Condé (PSDB), por sua vez, obteve 21.162 votos quando venceu as eleições municipais de 2.012. Arrebentou a boca do balão na época.  Mas o candidato a deputado federal por ele apoiado agora, em 2014, Paulo Abi-Ackel (PSDB), ficou com míseros 2.011 votos. A diferença é grande. Ou não é?  O deputado estadual Almir Paraca, por seu lado, apoiou em 2014 as candidaturas petistas de Nilmário Miranda (1.046 sufrágios) e Rogério Correia (1.053). Convenhamos que é votação para eleger vereador, e olhe lá!  E a Renovação Carismática Cristã e o PHS, juntos, deram ao federal Eros Biondini, do PTB, 3.057 votos, além de 3.066 sufrágios ao estadual Marlon Gouveia, do PHS, que disputou um assento na Assembleia Legislativa. Sem comentários…

          A leitura que se pode fazer, com base nos números que emergiram das urnas, é que esse instituto que existiu e foi decisivo no passado, qual seja o dos coronéis formais ou informais, mesmo que com nova roupagem, simplesmente não transfere e garante automaticamente tantos votos como antigamente. Ao que Arquimedes Borges, do PTB (20.241 sufrágios), e Eloisa Cunha, do PMDB (11.003), ainda que não eleitos, penhoradamente agradecem… 

Do Toco do Pecado – Comentários de Florival Ferreira

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