Jatocumdodukonde

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Jatocumdodukonde

          Essa expressão esquisita aí em riba tende a ser aplicável às relações de trabalho entre o governo do prefeito Olavo Condé, do PSDB, e o funcionalismo público municipal. É que assumiu a presidência do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindspar) o professor e economista Benedito do Carmo Batista, o Ditinho. Como membro ou simples colaborador da diretoria daquele Sindicato no passado, ele já foi uma pedra, e daquelas de agudas pontas, no sapato do prefeito de plantão. Ocupando o cargo máximo, então, ele não deverá dar sossego ao alcaide da vez, no caso, o prefeito Olavo Condé.

          Ditinho exerceu papel de destaque na mobilização e na última greve dos servidores, à época do prefeito Vasco Praça Filho, do PMDB. Na campanha política seguinte, ajudou a liderar a categoria, que tem significativa quantidade de votos, no apoio à candidatura do atual prefeito. Por isso foi nomeado secretário para cuidar da área de recursos humanos da Prefeitura, mas foi um secretário atípico: representava mais os interesses dos servidores junto ao Governo do que os interesses do Governo junto aos servidores. Foi nuvem passageira, acabou afastado e bandeou para oposição.  

          Por ocasião da última greve da categoria, Ditinho foi muito questionado. A classe inteira comeu o pão que o diabo amassou por ter os dias parados descontados no salário, o que não ocorreu com o líder, que estava de férias. Numa espécie de mea culpa, ou não, ele procurou atender aos interesses dos companheiros enquanto foi governo, até capitular. A classe compreendeu o seu papel, devido ao que, agora, o escolheu para presidir o seu Sindicato e liderar a luta em prol da categoria. Luta que promete.

          O problema que se anuncia para o futuro é típico do capitalismo: todo empregado acha que está ganhando pouco e todo patrão acha que está pagando muito. Nos contratos privados, regidos pela Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), onde o empresário Olavo Condé tem vasta experiência, resolve-se a questão com concessões de parte a parte ou, então, com a demissão/substituição de empregados. No setor público, o buraco é mais embaixo: o servidor tem estabilidade e não pode ser afastado tão facilmente. Aí, em muitos casos, o gestor finge que está pagando, e o servidor finge que está trabalhando.

          O problema é que o administrador público, em razão das suas promessas de campanha, precisa de uma máquina eficiente, tocada por um funcionalismo igualmente eficiente. Como acha que o servidor que encontra não satisfaz, nomeia amigos, parentes e companheiros para ocupação dos cargos estratégicos, normalmente pagando muito mais. Aí é que a porca torce o rabo de vez: o servidor, concursado, mas preterido, que lá chegou por mérito pessoal, não vai produzir tudo que pode, ainda mais ganhando menos que os apadrinhados. E os apadrinhados, por sua vez, nem sempre têm na dedicação e na competência as suas principais características.

          Resultado dessa equação: a folha de pagamentos explode  e o bicho pega. E, no caso de Paracatu, promete pegar. É por isso que a expressão esquisita aí de riba vira frase. É só colocar uns assentos na dita cuja: játôcumdódukondé.

Do Toco do Pecado – Comentários de Florival Ferreira

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